A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou esta quarta-feira para a subida do risco de propagação do vírus Zika na Europa do nível baixo para moderado no final da primavera e no verão, sendo mais intenso em regiões periféricas como a Madeira, e apelou aos países com risco mais elevado para reforçarem as suas capacidades, dando prioridade à prevenção da propagação do Zika.

Em declarações à Lusa, o diretor-geral da Saúde esclareceu que não serão tomadas medidas extra em Portugal, relativamente à Madeira, porque “as atuais medidas estão bem implementadas e a ter bons resultados”.

“O risco existe, mas é pequeno. Em conjunto com as autoridades da Madeira estamos a acompanhar a evolução do problema, que resulta da existência de mosquitos vetores -aedes aegypti – naquela região”, afirmou, esclarecendo contudo que esses mosquitos não estão infetados.

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Segundo Francisco George, “não é a picada dos mosquitos que provoca a doença, é a picada dos mosquitos, desde que estejam infetados, mas os mosquitos da Madeira não estão infetados”.

Ou seja, existem naquela região mosquitos da espécie aedes aegypti, mas não existem casos de zika, e a população daqueles mosquitos não tem crescido, o que indica que “as medidas tomadas têm sido as adequadas”.

Essas medidas são a vigilância da população de mosquitos, através da captura dos mosquitos e dos seus ovos, e o combate ao próprio mosquito que tem sido continuado.

O diretor-geral da Saúde salientou contudo que esse combate passa pela participação ativa de todos os cidadãos, para que evitem a existência de “pequenos reservatórios” de águas paradas, como pratos, tigelas ou latas de conserva, que podem servir como depósito de ovos.

“Não é ao Estado que compete virar os pratos dos vasos onde se acumula água ao contrário”, afirmou, lembrando que compete às famílias tomarem essas precauções em defesa da sua própria saúde.

Segundo os dados atualizados hoje no site da DGS, verificaram-se até ao momento em Portugal 17 casos importados de Zika.

A DGS sublinha que esta situação não eleva o nível de risco, uma vez que a doença só se transmite, em regra, por mosquitos de espécies que não estão identificadas em Portugal Continental.