Reagindo ao despacho de revisão da rede de urgências publicado na passada sexta-feira, no qual se determina a eliminação de 11 serviços no país no prazo de seis meses, a Câmara Municipal de Coruche afirma, em comunicado, que, além de reivindicar a revogação deste despacho “emanado por um Governo de gestão”, vai continuar a exigir a concretização da abertura do SUB.

O município sublinha que o despacho em nada interfere com o Serviço de Atendimento Permanente, que assegura atendimento 24 horas por dia aos utentes da região.

O comunicado lembra que a necessidade de um SUB que sirva a população do sul do distrito de Santarém foi identificada em 2008 e reafirmada em 2012 pela Comissão Técnica, de forma a assegurar que nenhum utente ficasse a mais de 60 minutos de um ponto de emergência.

A Câmara de Coruche comparticipou nas obras de requalificação do espaço que ficou preparado para funcionar como SUB, mas para o qual nunca chegaram a ser afetados os recursos humanos e meios de diagnóstico necessários, nota.

O município declara assim a sua “surpresa” com a decisão agora anunciada, “que ignora todos os estudos anteriores, além de ignorar as características de um concelho considerado prioritário (ao nível das características demográficas, geográficas, acessibilidade e de carência na área da saúde), sem qualquer aviso prévio ou negociação com os representantes da população e feito à revelia da Ordem dos Médicos”.

Afirmando estar “ao lado da população”, a autarquia afirma que vai solicitar uma reunião ao Ministério da Saúde para saber o que pretende fazer em relação ao despacho e para reiterar a necessidade do serviço.

Também em comunicado, o deputado do Bloco de Esquerda eleito pelo distrito de Santarém, Carlos Matias, afirma que a “decisão inesperada, absurda e ilegítima” de acabar com o SUB de Coruche “vem contrariar a opinião dos especialistas que, há anos, recomendaram a sua abertura” e também da administração do Hospital de Santarém que, numa reunião com o BE, “defendeu, inclusivamente, a criação de mais SUB” na sua área de referência.

A decisão “contraria o mais elementar bom senso e o respeito pelas populações das zonas mais longínquas dos concelhos de Coruche, Salvaterra de Magos e Benavente. Há pessoas a viver a 70 quilómetros do hospital mais próximo”, sublinha, defendendo a abertura deste SUB “a curto prazo e devidamente dotado de todos os recursos necessários”.