O horário de inverno arranca em Portugal na madrugada de domingo, com o relógio a retroceder uma hora.
Um estudo desenvolvido por Guilherme Silva Umemura, do Grupo Multidisciplinar de Desenvolvimento e Ritos Biológicos, do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, indica que a mudança da hora tem um reflexo nocivo no corpo humano, nomeadamente na temperatura. "Com a mudança no horário, as pessoas são obrigadas a acordar mais cedo e isso gera uma série de modificações fisiológicas no organismo", afirmou o cientista, referindo-se à população brasileira.
Segundo o investigador, a temperatura do corpo começa a subir mais cedo durante o horário de verão, o que pode criar uma desestabilização dos ritmos da temperatura corporal e da atividade de repouso, escreve a BBC.
"Essa dessincronização entre diferentes ritmos gera problemas. Desde problemas fisiológicos como distúrbios de sono", explica o cientista. "A pessoa fica mais propensa a ter défice de atenção, pode ter maior fadiga durante o dia, problemas para dormir, fragmentação do sono e até mesmo a diminuição da duração do sono", disse.
A falta de atenção e a fadiga, salienta o cientista, podem ser causadores de acidentes de trânsito e de trabalho.
No início do horário de verão no Brasil, a maior incidência do sol em horários considerados noturnos faz o organismo atrasar o seu ritmo, levando a pessoa a ficar mais tempo acordada por sentir sono mais tarde. Os grupos mais afetados por esta mudança são os adolescentes e os jovens adultos, segundo Guilherme Silva Umemura. Para chegar a estas conclusões, o cientista controlou durante o dia e a noite um grupo de 20 pessoas.
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