A quebra começou a sentir-se logo depois da Organização Mundial da Saúde (OMS) classificar as carnes processadas - fumadas, curadas, salgadas ou às quais foram acrescentados conservantes - na categoria de substâncias cancerígenas, considerando que estes alimentos têm um papel ativo no surgimento de doenças oncológicas.

A notícia é avançada pela edição impressa desta quinta-feira do Jornal de Notícias.

Nutricionistas e produtores desdobraram-se em desmistificar o alerta, fazendo referência sempre às quantidades ingeridas. No entanto, o alerta da OMS teve mais impacto junto dos consumidores.

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O mecanismo pelo qual as carnes processadas aumentam o risco de cancro não é claro e ainda está a ser estudado por cientistas do mundo inteito. No entanto, de acordo com a Agência Internacional de Investigação em Cancro (IARC), um organismo da OMS, existe uma associação estatística entre o consumo de carne processada e o desenvolvimento de vários tipos de cancro do aparelho digestivo, mas não presta esclarecimentos acerca do modo como esse fenómeno acontece.

As carnes curadas e processadas foram colocadas no "Grupo 1" da IARC de produtos cancerígenos, a par do álcool, tabaco e amianto.

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Já as carnes vermelhas surgem no “Grupo 2 A”, uma lista com produtos designados como "provavelmente cancerígenos para humanos".

Estes dados das Nações Unidas vão assim ao encontro da posição do World Cancer Research Fund (WCRF), que defendia existir evidência sobre os riscos cancerígenos da carne processada.

Segundo o mesmo relatório, as carnes vermelhas têm também pouco valor nutricional, sendo sobretudo fonte de vitamina B12, ferro e zinco.

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