Em Portugal, a circuncisão à nascença é uma exceção e só acontece por questões religiosas ou quando há um problema que de facto justifica o procedimento.

Mas em países como os Estados Unidos, 70% dos homens adultos são circuncidados. Aqui a prática é altamente recomendada e defendida por especialistas de várias áreas médicas.

No entanto, muito se fala sobre os eventuais efeitos da remoção do prepúcio na sensibilidade do órgão masculino na idade adulta. Um estudo agora publicado, que pretendeu aferir precisamente a possibilidade dessa sensibilidade diminuir com o procedimento, dividiu um conjunto de 62 homens com idades entre os 18 e 37 anos em dois grupos: 30 circuncidados na altura do nascimento e 30 não circuncidados.

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De acordo com Jennifer Bossio, investigadora do Departamento de Psicologia da Queen's University, no Ontário, Canadá, "quisemos perceber se a circuncisão está associada a uma redução da sensibilidade peniana através de testes de deteção táctil, dor, calor e limiares de dor", explica em comunicado.

"Este estudo indica que a circuncisão neonatal não está associada a alterações na sensibilidade peniana e fornece provas preliminares que sugerem ainda que, ao contrário do que se pensava, o prepúcio não é a região do pénis mais sensível", mas sim a glande.

Segundo os investigadores, o estudo não encontrou quaisquer diferenças entre os dois grupos de homens no que toca à sensibilidade do órgão sexual masculino.

Em 2012, a Academia Americana de Pediatria divulgou uma orientação que defende a prática da circuncisão em recém-nascidos, argumentando que os benefícios ultrapassam os riscos. Entre as vantagens indicadas, estão a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e o cancro.