29 de abril de 2014 - 09h38
Norte-americanos anunciaram na segunda-feira a utilização de tecnologia de clonagem para produzir células embrionárias ou células estaminais, com genes de uma mulher diabética, transformando-as depois em células produtoras de insulina, que podem vir a curar a diabetes. 
"Estamos agora mais perto de conseguir tratar pacientes diabéticos com as suas próprias células produtoras de insulina", afirmou Dieter Egli, da Fundação de Células-tronco de Nova Iorque (NYSCF), que conduziu o estudo publicado na revista científica Nature. 
Egli e a equipa de investigadores transplantaram o núcleo das células retiradas da pele da mulher em óvulos humanos para produzir células embrionárias geneticamente idênticas à da mulher, mas capazes de produzir insulina. Este não é o primeiro estudo a recriar células estaminais desta forma, mas foi o primeiro a utilizar células retiradas de uma pessoa adulta com o objetivo de produzir células específicas para um tratamento.
O estudo abre caminho para o desenvolvimento de terapias específicas com o intuito de curar doenças como o Parkinson, Alzheimer, doenças cardíacas ou até cancro.

Mais regulamentação
Insoo Hyun, especialista em bioética da Escola de Medicina da Universidade Case Western Reserve, em Cleveland, Ohio, disse que a investigação, a última a produzir células embrionárias contendo o genoma de pessoas vivas, provocou um alerta.
"Esta clonagem repetida de embriões e a geração de células-tronco, usando células de adultos, aumenta a probabilidade de que embriões humanos sejam produzidos para criar tratamentos para um indivíduo específico", escreveu num comentário também publicado na Nature. "É preciso mais regulamentação para supervisionar isto", afirmou.
As células-tronco embrionárias - células neutras, primitivas, capazes de se desenvolver e dar origem à maior a todos os tecidos especializados do corpo - são consideradas uma fonte potencial para a reposição de órgãos danificados por doenças ou acidentes.
Mas, ao mesmo tempo, são controversas, uma vez que até recentemente as células-tronco só poderiam ser obtidas a partir de embriões. Estas células podem ser desenvolvidas em laboratório, através da transferência do núcleo de uma célula de um tecido como a pele, que contém o DNA de uma pessoa, para um óvulo.
Por SAPO Saúde com AFP