Denominado CRESCE 2015, o campo de férias teve início na segunda-feira e contou com a presença de 14 crianças e jovens dos 07 aos 17 anos, provenientes das quatro unidades de nefrologia pediátrica de norte a sul do país.

“Foi uma oportunidade para essas crianças terem uma semana de férias, de convívio e de animação”, disse à agência Lusa Ana Pastoria, da direção da APIR.

Ana Pastoria referiu que “as crianças que estão a fazer diálise têm tratamentos dia sim, dia não, especialmente à segunda, quarta e sexta, e não têm hipótese de se ausentarem e de irem de férias como as outras”.

“Mesmo os jovens em pré-diálise e já transplantados muitas vezes não conseguem ir para campos de jovens e para atividades com grandes grupos porque têm que ter uma restrição alimentar muito grande”, acrescentou.

Por outro lado, a vertente física também é limitativa, “porque não podem fazer os mesmos esforços que os outros”.

No CRESCE, conseguiram estar “descontraídos, divertidos, terem a dieta rigorosa que lhes convém e aprenderem também um pouco mais sobre o que devem e não devem fazer”.

Segundo Ana Pastoria, o CRESCE teve como base a semana de férias homónima conduzida em Espanha pela ALCER (Federacion Nacional de Asociaciones para la Lucha Contra las Enfermidades del Rinon), que já tem 27 anos.

“A APIR já há dois anos que tem vindo a participar no campo da ALCER, para ver como funciona, e este ano lá nos arriscámos a criar um campo nosso”, contou, acrescentando que na Tocha, Cantanhede, distrito de Coimbra, contaram com o apoio presencial dos colegas espanhóis.

O sucesso da semana de férias deste ano leva a responsável a garantir que, a partir de agora, “todos os anos haverá um campo para crianças com insuficiência renal crónica portuguesas”.

Durante esta semana, as crianças e jovens participaram em atividades que foram desde o yoga a um jantar de gala. Houve vários momentos de aprendizagem, sobretudo as horas de refeição, que foram acompanhadas de profissionais que garantiram uma alimentação saudável e compatível com a fase da doença em que se encontram.

O campo de férias teve como hospital de retaguarda o Pediátrico de Coimbra.