Em causa está uma campanha de vacinação contra o sarampo e rubéola de todas as crianças dos 09 aos 59 meses que decorreu de 31 de julho a 04 de agosto, em todos os distritos das províncias de Manica, Sofala, Tete e Zambézia, bem como em nove distritos da província de Niassa.

Em conferência de imprensa realizada hoje em Maputo, o diretor nacional de Saúde Pública, Quinhas Fernandes, recordou que a operação, que custou cinco milhões de dólares (4,5 milhões de euros) e mobilizou 38 mil técnicos, entre vacinadores, registadores, mobilizadores, previa vacinar 4,8 milhões de crianças.

“Conseguimos alcançar e superar esses números, vacinando cerca de cinco milhões de crianças”, apontou Quinhas Fernandes, admitindo a realização de uma nova campanha de vacinação contra o sarampo, no país, no próximo ano.

“É importante que mais uma vez faça o realce de que estes locais foram selecionados porque são aqueles onde nós temos maior número de crianças na nossa avaliação, crianças que não tinham a vacinação contra o sarampo”, sublinhou.

Por o sarampo ser altamente contagioso, os casos tendem a aparecer rapidamente quando os níveis de vacinação diminuem, alertou anteriormente o ministro da Saúde Moçambique, Armindo Tiago.

As perturbações relacionadas com efeitos combinados da pandemia de covid-19 e o aparecimento de outras emergências de saúde pública, admitiu anteriormente Armindo Tiago, pressionaram os serviços de vacinação e a oferta de outros pacotes de prevenção, incluindo a desparasitação, o que aumentou os riscos de grandes surtos de sarampo no país.

De janeiro de 2020 até junho de 2023 o país registou 2.565 casos de sarampo, 80% dos quais notificados nas províncias de Niassa (norte) e Zambézia, Tete, Manica e Sofala (centro), afetando sobretudo menores de 05 anos, referiu o ministro.

Moçambique realizou pela última vez, entre os meses de abril e maio de 2018, a campanha nacional de vacinação contra sarampo e rubéola, tendo vacinado cerca de 13 milhões de crianças, o que resultou numa redução significativa dos casos nas províncias mais afetadas.