No início deste ano, Brittany Maynard ficou a saber que tinha um cancro no cérebro.  Quatro meses depois, o diagnóstico agravou-se e a equipa de médicos que a acompanhava deu-lhe seis meses de vida.

Brittany Maynard decidiu que não queria morrer no hospital à mercê de tratamentos e cirurgias aparentemente inúteis, no seu caso.

Decidiu mudar-se da Califórnia, onde a eutanásia é proibida, para Oregon, onde é permitida desde 1997. Este foi o primeiro estado norte-americano a permitir o suicídio assistido em doentes terminais.

Num relato publicado pela CNN, escrito na primeira pessoa, e num vídeo publicado online visto por mais de 6 milhões de internautas, explica porque decidiu por termo à vida.

“Como o meu tumor é tão grande, os médicos prescreveram-me radiação cerebral. Li sobre os efeitos secundários: o cabelo ficaria queimado e o meu couro cabeludo ficaria coberto por queimaduras de primeiro grau. A minha qualidade de vida desapareceria”, diz Brittany, casada há quase dois anos.

1 de novembro

Uma vez cumpridos os critérios para ter direito à escolha, a norte-americana recebeu de um médico a prescrição da medicação que pode ingerir sozinha para por um ponto final na sua vida já pré-destinada. E decidiu que o dia em que o vai fazer é 1 de novembro.

“Não sou suicida. Se fosse, já teria tomado os medicamentos há muito. Não quero morrer. Mas estou a morrer. E quero morreu nos meus termos”, defende.

Nos últimos meses, viajou com o marido e amigos e criou a campanha The Brittany Maynard Fund, uma organização que tem como objetivo receber fundos e lutar para que a eutanásia seja legalizada em todos os estados norte-americanos. Nos Estados Unidos, apenas cinco estados — Montana, Novo México,Oregon, Vermont e  Washington— permitem a morte medicamente assitida.

Brittany Maynard juntou-se ainda à organização norte-americana Compassion and Choices, que defende o alargamento da eutanásia e do suicídio assistido a outros estados.w