Chamaram-lhe o calcanhar de Aquiles do cancro e, segundo os investigadores britânicos da Universidade de Londres e do Cancer Research UK que fizeram a descoberta, esta será a informação que faltava para poder dar às células T do sistema imunitário novas armas para combater e destruir os tumores.

A equipa de Sergio Quezada do Cancer Research UK, um dos líderes do estudo, identificou as marcas genéticas que os tumores malignos vão adquirindo na superfície das células cancerosas à medida que evoluem.

Os cientistas descobriram que o sistema imunitário consegue identificar essas células, mas não consegue replicar-se em número suficiente para conseguir vencer o tumor. O passo seguinte é agora encontrar essas células do sistema imunitário - as céluals T - que atacam as células cancerígenas, replicá-las em laboratório e introduzi-las novamente no doente - a chamada imunoterapia.

Charles Swanton, professor do Instituto de Cancro na Universidade de Londres, diz que esta descoberta potencia um aumento "significativo" na taxa de sobrevivência à doença. "É emocionante. (…) Dá-nos um calcanhar de Aquiles [do cancro] para correr atrás".

"Penso que olharemos para trás daqui a cinco anos e vamos pensar que este foi o momento em que compreendemos melhor o cancro", comenta Peter Johnson, do Cancer Research UK, ao Telegraph.

"Esta investigação fascinante dá-nos pistas vitais sobre como adequar o tratamento para pacientes que usem o seu sistema imunitário", conclui.

Estas técnicas, no entanto, não serão para já: os primeiros ensaios clínicos a partir daqui estão ainda a dois anos de distância, pelo menos, avisam os cientistas.