A sugestão surge na sequência do processo de readaptação a que aquele hospital está a ser sujeito para que a 1 de janeiro de 2017 volte a ter em funcionamento um serviço de Urgência operacional 24 horas por dia, como o anunciado pelo Governo no passado mês de agosto.
Para esse efeito, está previsto um reforço dos meios de diagnóstico complementares já existentes no hospital, mas Moisés Ferreira, deputado do BE pelo círculo de Aveiro, gostaria de ver esse serviço aberto também a utentes não-urgentes, o que permitiria rentabilizar os recursos da unidade e pouparia ao Estado os custos da requisição desses exames a privados.
"A radiologia e as análises clínicas já funcionavam no hospital num horário mais restrito, mas agora terá que haver um reforço desses meios complementares de diagnóstico para satisfazer as necessidades de uma Urgência que estará a funcionar 24 horas por dia", explica o parlamentar do Bloco, admitindo a eventualidade de esse esforço também se alargar a exames de cardiologia e outras especialidades.
"O que propusemos à administração do CHEDV é que abra esse serviço à comunidade, para que, em vez de esses recursos técnicos serem utilizados só pelos utentes da Urgência, também possam ser usados pelas pessoas que, no seu centro de saúde, recebem um P1 para ir fazer exames a clínicas privadas", revela.
Para Moisés Ferreira, isso resultaria em três grandes vantagens: "Permitia exames mais rápidos e mais seguros, e tornava-os também mais baratos para o Serviço Nacional de Saúde, que, deixando de os requisitar a privados, poupava dinheiro e tinha maior garantia de que as pessoas eram bem atendidas".
Na reunião com o conselho de administração do Centro Hospitalar do Entre Douro e Vouga, o BE ficou a conhecer outros aspetos da adaptação a operar no Hospital de S. João da Madeira antes da entrada em funcionamento da nova Urgência, tanto no que se refere às obras físicas a realizar no local como à contratação dos médicos, enfermeiros e assistentes operacionais que irão reforçar a respetiva equipa.
"Sempre defendemos a reativação do serviço de Urgência do hospital e a anulação do protocolo que entregava a gestão dessa unidade à Santa Casa da Misericórdia de S. João da Madeira", recorda Moisés Ferreira. "É preciso garantir que a tutela irá autorizar a curto prazo a contratação dos meios humanos necessários para a Urgência entrar em funcionamento, mas acreditamos que, desta forma, ficará melhor servida toda a população do Entre Douro e Vouga", defende.
Para o deputado, essa convicção resulta do facto de a Urgência de S. João da Madeira "passar agora a ser referenciada pelo INEM e pela linha telefónica Saúde 24 para casos menos urgentes", o que, por sua vez, permitirá que "a Urgência do Hospital S. Sebastião, na Feira, possa vir a apresentar-se menos congestionada".
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