A opinião da EFSA foi aplaudida pela indústria agroquímica e criticada por ONGs como o Greenpeace, que questionaram de imediato a independência da entidade.

A Comissão Europeia deve decidir antes de junho de 2016 se mantém ou não a autorização para o comércio do glifosato, o herbicida mais produzido no mundo.

"Temos até junho de 2016 para tomar uma decisão", afirmou Enrico Brivio, porta-voz comunitário, numa conferência de imprensa, destacando que a decisão será tomada depois de consultados os Estados-membros.

O relatório da EFSA servirá como guia para a Comissão Europeia. Também servirá aos Estados-membros quando tiverem que reavaliar a segurança dos pesticidas que contêm glifosato.

Esta decisão contradiz a anunciada em março pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que considerou como "provavelmente cancerígenos" cinco pesticidas, entre eles o glifosato.

A Agência Internacional de Pesquisas sobre o Cancro (IARC, na sigla em inglês) qualificou na ocasião o glifosato, presente, entre outros no Roundup, da Monsanto, um dos herbicidas mais vendidos, de "provavelmente cancerígeno para os humanos".

Após esta avaliação da IARC, a ministra francesa do Meio Ambiente, Ségolène Royal, pediu a proibição da venda de herbicidas com esta substância.

O painel de cientistas da EFSA e de especialistas dos órgãos de avaliação de riscos dos Estados-membros fixou no relatório uma dose máxima de referência para o glifosato. Não deve ser superior a 0,5 mg por quilo de peso corporal.

Além desta dose de referência, a EFSA propõe outros limites de segurança toxicológica. Já foi fixado um limite de 0,1 mg por quilo de peso corporal como um nível aceitável de exposição para os operadores e uma dose diária aceitável para os consumidores de acordo com a dose máxima de referência (0,5 mg).