Em causa estão três valências do Centro Social e Paroquial de São Salvador do Burgo, a começar pela sua creche, que, segundo a direção dessa estrutura do distrito de Aveiro, foi ampliada em 2022 para aumentar a respetiva lotação de 30 para 42 crianças, num investimento aproximado de 64.000 euros, e mesmo assim não satisfaz a “procura galopante” gerada no concelho após a implementação da gratuitidade do serviço para determinadas famílias.

Já no que se refere à população sénior, são duas as estruturas da referida instituição de Arouca que, funcionando no mesmo edifício, estiveram até esta quarta-feira sujeitas a obras de requalificação num valor total de cerca de 15.000 euros: o centro de dia, que assim vê aumentada a sua capacidade de 30 para 37 utentes, e o serviço de apoio domiciliário, cuja lotação passará de 30 para 40 pessoas.

Luís Ribeiro, presidente do Centro Social e Paroquial de São Salvador do Burgo, realça, contudo, que as novas vagas só ficarão disponíveis “no futuro, quando forem assinados os respetivos protocolos de cooperação com a Segurança Social”, pelo que declara à Lusa: “Espero que o processo atual não demore tanto como aconteceu com a creche, que ficou pronta em maio e só teve o acordo assinado no final do ano”.

As obras nas três valências da instituição foram comparticipadas pelo Estado ao abrigo das edições 2.0 e 3.0 do PARES, viabilizando a rentabilização espacial dos dois edifícios em causa “até ao limite máximo da sua capacidade”.

Ainda assim, mais vagas “seriam sempre bem-vindas”, porque, tanto na creche como nos serviços para a comunidade sénior, “tudo faz falta, sobretudo num meio mais rural como Arouca, onde as pessoas tanto precisam de ter onde deixar os filhos, para ir trabalhar, como de ter a quem confiar os pais, que já não podem viver sozinhos”.

A pensar noutra comunidade desfavorecida, o mesmo Centro Social tenciona ainda construir de raiz um lar residencial para cidadãos com deficiência, mas o presidente dessa instituição da Área Metropolitana do Porto antevê dificuldades na concretização do projeto.

“Os preços que o PARES definiu por metro quadrado já eram baixos há uns anos, mas agora estão completamente desatualizados face às consequências da pandemia e à inflação gerada pela guerra”, explica Luís Ribeiro, antes de concluir: “Se não houver uma atualização dos valores de referência, muitos projetos importantes vão ficar pelo caminho, por não terem meios para se concretizar”.