"Esta região tinha escapado com pequenos danos devido à descoloração entre 1998 e 2002, mas desta vez foi realmente afetada", disse Terry Huhes, diretor do Conselho de Investigação Australiana, que conduziu o levantamento aéreo da área.

"A boa notícia é que dois terços dos corais no sul da Grande Barreira escaparam com danos mínimos", disse Andrew Baird, do mesmo Conselho, que dirigiu os mergulhos realizados em outubro e novembro.

Especialistas estimam que a região norte da Grande Barreira de Coral precisará entre 10 e 15 anos de tempo para recuperar os seus corais, a menos que as alterações climáticas modifiquem os ciclos e façam com que se reproduzam mais rapidamente.

Vários estudos científicos publicados este ano alertaram sobre o mau estado dos corais da Grande Barreira que, com os seus 2.300 quilómetros de extensão, é o maior sistema de corais do mundo e considerado Património Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).

A Grande Barreira de Coral, que abriga 400 tipos de corais, 1.500 espécies de peixes e 4.000 variedades de moluscos, começou a deteriorar-se na década de 1990 devido ao aquecimento do oceano e ao aumento da acidez da água pelo aumento da presença de dióxido de carbono na atmosfera.

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O que vai acontecer à espécie humana com o aquecimento global?

A resposta certa a esta pergunta ninguém sabe. Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), são as crianças, e principalmente as dos países mais pobres do planeta, as principais afetadas pelas consequências do aquecimento global.

A conclusão é de um relatório desta agências das Nações Unidas. Segundo o relatório, cheias, secas, doenças provocadas por vetores, como a malária, afetarão também a educação e perspetivas de futuro das crianças dos países mais desprotegidos. Enquanto os países mais desenvolvidos e mais ricos se adaptarão às novas condições climáticas, os povos com menos recursos não terão hipótese de responder, conclui ainda a UNICEF.