O estudo, realizado pela Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, analisou duas décadas de estudos sobre alimentos geneticamente modificados.

"Nós analisámos a fundo a literatura disponível para oferecer um novo olhar sobre os dados relativos aos transgénicos e às culturas tradicionais", disse o presidente da comissão, Fred Gould, co-diretor do Centro de Engenharia Genética e Sociedade da Universidade Estadual da Carolina do Norte.

Para Fred Gould, a riqueza de dados e opiniões sobre o assunto "criou um panorama confuso" e controverso, sendo que o novo relatório procurava oferecer uma análise imparcial das evidências.

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A comissão de mais de 50 cientistas analisou quase 900 investigações e outras publicações sobre as características da engenharia genética do milho, soja e algodão - que representam a maioria das culturas comerciais transgénicas.

"Embora reconheçamos a dificuldade inerente em detetar efeitos subtis ou de longo prazo na saúde e no meio ambiente, a comissão do estudo não encontrou evidências que mostrem alguma diferença de riscos para a saúde humana entre os cultivos transgénicos atualmente comercializados e as colheitas convencionais, nem evidências conclusivas de causa e efeito em relação a problemas ambientais e transgénicos", lê-se no relatório. No entanto, o estudo urgiu aos reguladores que submetam as novas variedades vegetais a "testes de segurança".

Os especialistas afirmam também que a "resistência em relação às características dos transgénicos" desenvolvida pelos insetos e ervas daninhas "é um grande problema agrícola". O relatório cita muitos locais onde as ervas daninhas desenvolveram resistência ao glifosato, o herbicida ao qual a maioria das culturas biotecnológicas se tornaram resistentes após terem sido modificadas com esta finalidade.

O estudo não encontrou ligações entre culturas geneticamente modificadas e cancro ou diabetes e nenhuma associação entre qualquer doença ou condições crónicas e o consumo de alimentos transgénicos.

Os biólogos têm usado a engenharia genética desde os anos 1980 para produzir frutos que durem mais tempo nas prateleiras, tenham maior teor de vitaminas e sejam mais resistentes às doenças comuns.