A posição foi transmitida à agência Lusa pelo autarca de Alcácer do Sal e presidente da Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral (CIMAL), Vítor Proença, após uma reunião com o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, em Lisboa.

No encontro, estiveram também presentes os autarcas de Grândola, Odemira, Santiago do Cacém e Sines e o presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo, José Robalo. O presidente da CIMAL revelou que, na reunião, os autarcas do litoral alentejano defenderam a "necessidade de reforçar os médicos de família" na região, referindo que nos cinco concelhos existem cerca de "13 mil utentes sem médicos de familiar".

Além do reforço de clínicos, Vítor Proença disse que são também necessários mais enfermeiros e pessoal auxiliar, sublinhando que o Alentejo Litoral tem "uma procura muito grande de milhares de pessoas nos meses de verão". O responsável assinalou que a falta de clínicos tem sido colmatada "com médicos cubanos", que considerou "positivo", mas frisou que os autarcas pretendem que "haja médicos portugueses e que, na medida do possível, sejam mantidos os médicos cubanos".

Segundo o também autarca de Alcácer do Sal, a insuficiência de profissionais tem reflexos no funcionamento do Hospital do Litoral Alentejano, em Santiago do Cacém, que apresenta "demoras muito significativas nas consultas de várias especialidades".

Os serviços de otorrinolaringologia, urologia, colonoscopia, onde "há pessoas há dois anos à espera", e oftalmologia, que possui uma "lista de 1.600 pessoas à espera de consulta", são os casos que mais preocupam o presidente da CIMAL. O responsável adiantou que os autarcas do Alentejo Litoral pediram também a reabilitação de vários centros de saúde e extensões de saúde da região.

Vítor Proença admitiu que "têm sido abertos concursos" e que "não têm sido preenchidas as vagas", mas considerou que o Governo deve criar "incentivos reforçados" para que os médicos queiram permanecer na região. O secretário de Estado "ouviu-nos com atenção e prometeu que vai tentar reverter a situação gradualmente", assinalou, indicando que ficou marcada uma nova reunião, dentro de seis meses, para se fazer o ponto de situação.