Ao mesmo tempo que anunciou quarta-feira que o ano 2014 poderia ser o mais quente desde 1880, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) convidou vários meteorologistas do mundo a imaginar um “boletim meteorológico do ano 2050”, por ocasião da conferência sobre as alterações climáticas que está a decorrer em Lima, no Peru.
Da mesma forma, para o Peru, em 21 de dezembro de 2050, primeiro dia do verão austral no país, os técnicos preveem-se chuvas torrenciais no sul, estado de emergência e acesso proibido ao local emblemático do Machu Picchu.
Se as quantidades de gases com efeito de estufa emitidos pelos seres humanos continuarem a aumentar, a temperatura média da baixa atmosfera poderia aumentar em mais de 4.ºC até ao final do século XXI, segundo a OMM.
Procurando ilustrar o impacto sobre a vida quotidiana, a OMM tentou imaginar o que poderia reservar o futuro em vários países.
Aquecimento global com efeitos em todo o mundo e na saúde humana
Os boletins de meteorologia do ano 2050 para o Peru, França, Vietname, Espanha, Canadá e a Noruega foram elaborados para coincidir com as negociações, conduzidas durante duas semanas na capital do Peru, no quadro da Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre as Alterações Climáticas.
Estes boletins, apresentados por profissionais conhecidos em cada um dos países mencionados, descrevem cenários fundados sobre o conhecimento científico mais recente e esboçam um cenário do que pode ser o quotidiano nestes países, se a temperatura da Terra aumentar.
Um estudo divulgado pela Organização Mundial de Saúde alerta que as alterações climáticas têm um efeito negativo na saúde, já que existe uma relação direta entre emissões de gases com efeito de estufa e diminuição do estado da saúde humana, devido às mudanças na alimentação, água e a segurança física.
Por outro lado, os fenómenos meteorológicos extremos, a dinâmica das doenças infecciosas e o risco de subida do nível do mar perturbam igualmente a saúde e a disponibilidade dos recursos hídricos.
A 20.ª Conferência da ONU pretende definir os alicerces de um pacto mundial contra as alterações climáticas, que se pretende seja assinado dentro de um ano, em Paris.
Cerca de 10 mil pessoas, entre delegações nacionais, organizações não-governamentais e cientistas, participam nesta reunião, em Lima.
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