"Aconselhamos as mulheres grávidas a evitarem viajar para essa área", disse em teleconferência de imprensa o diretor dos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC), Tom Frieden.

O surto de Zika autóctone limita-se a uma área de 2,5 km quadrados a norte de Miami, no bairro de Wynwood e arredores, que concentra parte da cena artística e gastronómica da cidade.

As mulheres que estão grávidas e moram ou viajaram para essa área depois de 15 de junho devem procurar um médico, além de usar preservativo, ou abster-se sexualmente, para diminuir o risco de contágio, acrescentou Frieden.

As doações de sangue foram suspensas na cidade.

O diretor também recomendou que todas as pessoas usem repelente, mangas compridas, telas nas janelas e que drenem toda a água parada para evitar a propagação dos mosquitos.

As autoridades sanitárias de Miami estão a combater o mosquito casa a casa, eliminando possíveis criadouros e colocando larvicidas e pesticidas em pátios e jardins.

Mosquitos resistentes

"Em Miami, as medidas agressivas de controlo do mosquito não parecem estar a funcionar tão bem quanto gostaríamos", admitiu Frieden, acrescentando que é possível que os mosquitos sejam resistentes aos inseticidas usados ou que estejam q reproduzir-se em locais ainda não identificados.

O governador da Flórida, Rick Scott, informou em comunicado que foram registados dez novos casos autóctones, para além dos quatro identificados na semana passada. Dois dos 14 casos envolvem mulheres.

O Zika é transmitido principalmente pela picada de mosquitos Aedes (aegypti e albopictus), mas o contágio também pode ocorrer por via sexual.

Na maioria dos casos, o vírus causa apenas sintomas leves. No entanto, pode provocar também transtornos neurológicos graves, como a síndrome de Guillan-Barré, além de malformações congénitas graves, como a microcefalia, que se caracteriza por um desenvolvimento insuficiente do cérebro em fetos de mulheres que contraíram o vírus durante a gravidez.