Sempre que estamos à porta de um novo ano, temos por hábito fazer balanços do ano que fica para trás, ao mesmo tempo que traçamos metas e objetivos para o novo ano que se aproxima.

Sonhar o novo ano é sempre um movimento de saúde mental, é sinal de esperança, é sinal que confiamos em nós e na nossa capacidade de concretizar. Enquanto nos envolvemos a sonhar o novo ano, enquanto nos visualizamos a atingir o nosso sucesso, estamos a alinharmo-nos connosco próprios e a comprometermo-nos com tudo o que isso implica.

O perigo existe quando ao fazermos um balanço do ano que finaliza - ano após ano -  tomamos consciência  que as conquistas não são atingidas e, gradualmente, vamos deixando de sonhar e nos vamos afastando de nós próprios e de tudo aquilo que desejamos para nós.

  A verdade é que é quando deixamos de sonhar, que nos desligamos da vida. Mas, só deixamos de sonhar porque à medida que os anos passam vamos descobrindo que nada se altera, vamos percebendo que não concretizamos esses sonhos.

No fundo gera-se um círculo vicioso, ao não concretizarmos deixamos de sonhar, ao deixar de sonhar, deixamos de ter objetivos para concretizar. E quando este cenário se dá, passamos a agir por entre os dias em piloto automático, de forma rotineira, sem brilho e sem nos deixarmos envolver.

Neste contexto é essencial, fazermos um esforço para contrariar esta tendência e tomarmos consciência do nosso contexto, do que nos tem falhado para conseguirmos atingir os nossos objetivos. Para, a partir daí, podermos ajustar cada um dos nossos sonhos à nossa realidade e à nossa capacidade de ação, garantindo que não só sonhamos, mas também que reunimos as condições necessárias para concretizar os nossos sonhos.

Nunca nos esquecendo que para vivermos precisamos de sonhar, para sonhar precisamos de concretizar. Por isso, este ano novo, sonha tudo aquilo que desejas e orienta a tua ação para dares espaço a todos os teus sonhos, para concretizares e para que que no próximo balanço de ano novo, sonhar não seja feito em esforço.

Um artigo das psicólogas clínicas Cátia Lopo e Sara Almeida, da Escola do Sentir.