O vício da partilha nas redes sociais, com recurso a aplicações que registam os percursos e mostram a evolução diária nas conquistas dos “atletas” contribuíram bastante para vencer o desafio do sedentarismo. Um pouco por todo o lado, onde as condições para a prática do running são propícias, são centenas a correr. Mesmo aos dias de semana.

“Faça chuva, ou faça sol”, vou correr!

Acho que todos já ouvimos esta frase da boca de alguém próximo, senão da nossa própria boca. Ou então verbalizamos a célebre: “para a semana começo. Sem falta!” Mas, apesar de ser cansativo estar sempre a repetir a frase, se não praticar, não conta!

O exercício físico é crucial, mas como em tudo, é preciso moderação. Correr faz bem e convém ter algum aconselhamento profissional, nem que seja na fase inicial, para perceber se existe alguma limitação de saúde que possa surgir devido a exageros desmedidos.

A atividade física e os desportos saudáveis são essenciais para a nossa saúde e bem-estar.  Mas tem de ser adequada. Além disso, convém adoptar uma alimentação saudável, vida sem tabaco e evitar outras substâncias prejudiciais à saúde.

Vale a pena recordar o estudo divulgado, há cerca de um ano, pelo Comité Olímpico Internacional, que realçava o facto de as doenças crónicas não transmissíveis poderem ser prevenidas, uma vez que estão fortemente associadas ao estilo de vida que cada pessoa adopta.

Além disso, o Comité, enfatizou a necessidade dos próprios governos colocarem em prática políticas que potenciem a atividade física.

De acordo com o COI, ao longo dos últimos 50 anos tem-se assistido a um declínio acentuado no gasto energético da população com o trabalho doméstico e outras atividades ocupacionais, o suficiente para explicar o aumento da prevalência da obesidade.

Neste contexto o presidente do COI reivindicou “espaços públicos seguros e acessíveis para a prática de atividade física e desporto, devidamente associados a transportes e planificação urbana, intensificação da educação física e melhoria das infraestruturas e organização desportiva”.

Em Portugal temos assistido a uma crescente preocupação das autarquias na construção de espaços dedicados ao exercício físico, mas compete a todos usar e exigir dos autarcas a manutenção e reforço destes espaços.

Qual a regularidade ideal do exercício físico?

De acordo com as recomendações do Ministério da Saúde, os benefícios para a saúde geralmente são obtidos através de pelo menos de 30 minutos de atividade física cumulativa moderada, diariamente. Mas não é obrigatório correr ou recorrer a máquinas de ginásio.

Este nível de atividade pode ser alcançado através de atividades físicas agradáveis e de movimentos do corpo no dia-a-dia, tais como caminhar para o local de trabalho, subir escadas (ir de elevador para subir até ao segundo andar?), jardinagem, dançar e muitos outros desportos recreativos.

Quem se esquece dos exercícios que o mestre Miyagi deu ao jovem Karaté Kid para treinar? Atividades como puxar o lustro ao carro ajudam nesta tarefa essencial de exercício físico. Basta descobrir atividades físicas que nos dão prazer. Não é preciso dizer que puxar o lustro ao carro não o transforma num mestre de artes marciais!

A par disto, o Ministério da Saúde realça que podem ser obtidos benefícios adicionais através de atividade física diária moderada de longa duração: Crianças e adolescentes necessitam 20 minutos adicionais de atividade física vigorosa, 3 vezes por semana. Para quem quer controlar o peso, é essencial pelo menos 60 minutos diários de atividade física vigorosa/moderada. O importante é combater o sedentarismo, e mantenha-se bem hidratado.