O percurso programado é este: o barco parte de Troia às 18h30 com os primeiros turistas e às 19h00 está na Docapesca de Setúbal para fazer entrar os restantes convivas. Durante cerca de duas horas, navega ao largo da Arrábida, deixa ver fortalezas, praias e fábricas, remetendo para trás a cidade de Bocage. Depois aproxima-se de Troia, para desembarcar a primeira leva de enoturistas. O Sol já só mostra uma luz ténue quando regressa finalmente à Docapesca, onde pescadores e peixeiros começam a fazer negócio. Pelo caminho, quem embarca no Évora pode provar os vinhos da adega em causa e as pequenas doses de doces e salgados que os acompanham, ao mesmo tempo que desfruta do passeio.

Esta iniciativa da Rota dos Vinhos da Península de Setúbal tem como objetivo dar a conhecer a paisagem, os vinhos e as especialidades da região. Em cada sexta-feira, é uma adega diferente a fazer as honras da casa a bordo. Dia 1 de julho, foi a Malo Tojo que apresentou o Lisa, um branco seco feito a partir da casta Moscatel e considerado o melhor da região em 2010; o Malo Tojo Tinto 2008, feito 100% com castelão; e o Moscatel de Setúbal 2007, “fresco e leve, para servir de aperitivo”, aconselhou o enólogo Luís Simões. Seguir-se-ão as Caves José Maria da Fonseca, a Bacalhôa, a Casa Ermelinda Freitas e a Herdade da Comporta, entre outras.

Os vinhos mudam, mas os petiscos serão mais ou menos os mesmos em todas as viagens. Segundo Nuno Gil, presidente da Confraria Gastronómica de Setúbal, sobre a mesa está "uma mostra bem representativa dos sabores da região": pequenos queijos de ovelha Azeitão, com vários tipos de cura; pão caseiro cozido em forno a lenha; os famosos ‘S’, biscoitos com sabor a canela; as fogaças de Palmela; santiagos (um doce à base de ovos, amêndoa e gila) e diversas compotas produzidas a partir de ingredientes 100% naturais por uma quinta local.

Nuno Gil adiantou ao Sabores algumas curiosidades em relação a estes doces. As fogaças, por exemplo, têm a forma de animais ou de partes do corpo, porque era hábito levá-las à igreja para o padre as benzer, no dia de santo Amaro (14 de janeiro) com o formato daquilo que se queira pedir: ou para a galinha ter mais criação, ou para curar umas pernas doentes…
Já os santiagos recuperam uma receita antiga quase desaparecida, aproveitando o símbolo religioso da Ordem de Santiago, que tinha aqui a sua base. Do aspeto semelhante a uma pequena queijada, o santiago conhece também uma versão maior, ambas executadas na Confeitaria São Julião, em Palmela.

 

Próximos cruzeiros:

8 julho: José Maria da Fonseca, com Catarina Santa-Marta

15 julho: - Sivipa, com Filipe Cardoso

22 julho : Bacalhôa, com Ana Leitão e Carina Gomes

29 julho: Casa Agrícola Horácio Simões, com  Pedro Simões

5 agosto: Adega Cooperativa de Palmela, com Luís Silva

12 agosto: Casa Ermelinda Freitas, com Leonor Freitas e Joana Freitas

19 agosto - Casa Agrícola Assis Lobo, com Rui Lobo

26 agosto - Herdade da Comporta , com João Melo

2 setembro - Venâncio da Costa Lima, com Joana Vida

 

Preço: 25,00€ (adultos); 12,50€ (3 a 12 anos); Gratuito (até 2 anos)

 

Mais informações: Tel. 212 334 398 ou info@rotavinhospsetubal.com.

 

Ana César Costa