Os restaurantes Aviz e Michel (ambos de Lisboa), O Pipas (Cascais) e Portucale (Porto) foram os primeiros espaços portugueses a conquistar uma estrela Michelin, na edição correspondente a 1974.

As primeiras edições do guia, lançado em 1900 então com capa amarela, pretendiam “ajudar o viajante nas suas deslocações”.

O guia para Portugal e Espanha foi lançado em 1910, contendo informação sobre pneus, itinerários e mecânica e também sobre hotéis.

Na primeira edição, eram referenciados o Avenida Palace (Avenida da Liberdade), o Hotel Bragança (rua Victor Cordon) e o Gran Hotel Central eram os hotéis em destaque em Lisboa. No Porto, mereciam destaque o Gran Hotel do Porto (rua de Santa Catarina), o Hotel de Paris (rua da Fábrica), o Hotel de Francfort (rua Dom Pedro) e Hotel Universal (rua Alexandre Herculano) e Hotel América Central (rua São Lázaro). Em Coimbra, eram referidos os hotéis Avenida e Mondego.

As “famosas estrelas da boa mesa” aparecem em 1936-1938. O restaurante Zalacaín, em Madrid, foi o primeiro estabelecimento contemplado com três estrelas (a classificação máxima).

O livro – também conhecido como “o guia vermelho”, devido à cor da capa - atribui uma estrela (muito boa mesa na sua categoria), duas estrelas (mesa excelente, merece um desvio) ou três estrelas (mesa excecional, vale a viagem). Em 1994 foi criada ainda a categoria “Bib Gourmand”, que distingue espaços com “refeições cuidadas a preços moderados”, abaixo dos 30 euros, para Portugal.

“Todos os estabelecimentos recomendados cumprem vários requisitos”, nomeadamente quanto ao conforto das instalações e do ponto de vista gastronómico, explicou o diretor de mapas e guias de Espanha e Portugal da Michelin, Fernando Rubiato.

Os inspetores do guia valorizam “a qualidade dos produtos, o ponto de cozimento, os sabores, a criatividade, a regularidade da cozinha e a relação qualidade/preço.

“As estrelas correspondem ao que é servido no prato e não são atribuídas em função do conforto ou decoração do estabelecimento”, disse o responsável.

A avaliação dos estabelecimentos é feita por “inspetores anónimos, profissionais de hotelaria e funcionários da Michelin”, que “apenas se dão a conhecer quando precisam de obter informações complementares”. Após uma “visita de inspeção, determinado inspetor não regressará ao estabelecimento durante alguns anos para garantir o anonimato”, referiu Fernando Rubiato.

A cerimónia de apresentação da edição de Portugal e Espanha para 2012 decorre esta quinta-feira, em Barcelona.

Em 2011, onze restaurantes portugueses conquistaram estrelas. Apenas o Vila Joya (Albufeira) teve duas estrelas, enquanto os restantes conquistaram uma: Amadeus, Henrique Leis e São Gabriel (todos em Almancil), Casa da Calçada (Amarante), Fortaleza do Guincho (Cascais), Arcadas – Quinta das Lágrimas (Coimbra), Il Gallo d’Oro (Funchal), The Ocean (Lagoa), Tavares (Lisboa) e Willie’s (Vilamoura). O restaurante Eleven (Lisboa) perdeu a estrela que detinha.