Pouca Terra Branco 2015: o vinho que anda ao ritmo de outros tempos

Em estreia absoluta no mercado, o vinho Pouca Terra Branco 2015 é a mais recente paragem de Celso Pereira e Jorge Alves, a dupla de enólogos responsável pelos vinhos Quanta Terra e Terra a Terra.

Este duriense deve o nome, e o rótulo, a uma antiga onomatopeia usada para imitar o barulho de um comboio em andamento.

Para esta primeira edição de Pouca Terra Branco foram produzidos apenas seis mil garrafas.

Nascido no planalto de Alijó, no Douro Superior, em vinhas com cerca de 650 metros de altitude em solos de transição entre xisto e granito, o Pouca Terra Branco 2015 revela uma expressiva explosão aromática a fruta tropical com notas florais. Na boca afirma-se muito equilibrado e encorpado. Termina com volume e persistência. É a companhia ideal para os pratos de eleição dos dias quentes, como peixe, marisco e sushi.

Preço: 7,00 euros.

Há apetecíveis novidades nos vinhos para o verão. Dos clássicos aos néctares de “nobre podridão”

Quinta de Chocapalha: os clássicos brancos de quinta chegam ao mercado

A Quinta de Chocapalha, situada em Alenquer, acaba de colocar no mercado as colheitas de 2017 dos seus três clássicos vinhos brancos de Quinta. Feitos a partir das vinhas mais velhas da propriedade e de parcelas específicas, este trio compõe-se por dois monovarietais – Quinta de Chocapalha Arinto e Quinta de Chocapalha Sauvignon Blanc – e pelo blend Quinta de Chocapalha Arinto, Visionho e Verdelho.

O Quinta de Chocapalha Arinto, Viosinho e Verdelho é um vinho extremamente fresco, com boa acidez, elegante e um final de boca persistente. Preço: 6,40 euros.

No Quinta de Chocapalha Sauvignon Blanc a complexidade aromática e a mineralidade, características da sua casta, conferem ao vinho elegância e volume de boca. Preço: 9,00 euros.

Por fim, o Quinta de Chocapalha Arinto revela-se cítrico e mineral, mantendo o equilíbrio e a acidez natural, uma expressão da perfeita adaptação da Casta Arinto à Quinta de Chocapalha. Preço: 7,50 euros.

Os três brancos provêm de vinhas com uma idade média de 25 anos plantadas pela família Tavares da Silva que, após a aquisição da propriedade, investiu na replantação total dos 45 hectares de vinha, na restruturação da adega e introduziu novas técnicas de cultivo com o intuito de dar continuidade às antigas tradições desta quinta vinhateira.

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Lavradores de Feitoria: o novo rosé 2017

O produtor duriense, Lavradores de Feitoria (LF) acaba de lançar o seu Lavradores de Feitoria (LF) rosé 2017, um vinho cuja cor líchia salmonado nos desperta os sentidos para o verão. À semelhança das duas últimas colheitas criadas pela equipa de enologia da LF, liderada pelo engenheiro Paulo Ruão, o Lavradores de Feitoria rosé 2017 resulta de um casamento entre a Touriga Franca, uma casta autóctone, a dominar 70% no lote, e uma mistura de outras variedades de uvas.

As uvas, colhidas em vinhas com idades compreendidas entre os 25 e os 30 anos plantadas em solos de xisto, foram submetidas a fermentação e a estágio em inox.

Este é um rosé bastante floral, mas com igual presença de fruta fresca, como toranja, com nuances de morango, o que o torna agradável no nariz. Na boca, a entrada é fresca e equilibrada, apresentando sabores a frutos vermelhos, como o morango e alguma cereja, além de nuances de citrinos. É um vinho leve e fresco, muito agradável de se beber como aperitivo, mas também para levar à mesa a acompanhar refeições igualmente leves, como saladas, sopas frias, peixes magros, mariscos, carnes brancas (frango e peru) ou massas com molho branco.

Preço: 4,00 euros

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Oboé 17: o vinho da exceção à regra

Ostenta no rótulo um 17, mas não se trata do ano de colheita. Este tinto, produzido pela primeira vez em 2011, tem 17 graus de álcool e é já um vinho de culto para apreciadores. Ao mercado nacional chegam 2.500 garrafas, às quais se junta uma edição especial de 100 garrafas em formato Magnum.

Para que este vinho seja feito, é necessário reunir um conjunto de requisitos: Em primeiro lugar, as condições climatéricas, com o tempo a fazer-se sentir atipicamente quente e seco. Depois, a mestria do enólogo, que deve controlar, de forma atenta, cada etapa do processo de produção.

Não menos importante, as características e a qualidade da própria uva. Os 17 graus de álcool do vinho apenas são conseguidos através da vinificação e fermentação alcoólica das uvas, que no caso do Oboé são provenientes de uma parcela especial de vinha, onde se registam temperaturas muito altas, o que permitem que as uvas atinjam uma elevada concentração de açúcar.

São maioritariamente da variedade Touriga Franca (80%), sentindo-se também o carácter da Touriga Nacional, Tinta Roriz e Tinta Barroca. Segue-se uma longa e lenta fermentação que pode durar entre 28 a 30 dias (contra os dez dias de um tinto “normal”), com o objetivo de criar uma fermentação lenta e uniforme, e sobretudo capaz de prolongar a vida útil das leveduras.

O resultado é um vinho encorpado e volumoso, como seria de esperar pelo teor alcoólico, mas elegante, equilibrado e fresco. A cor profunda revela-lhe os aromas intensos a fruta madura, afirmando-se como companhia para assados, cozidos de carnes fortes. Está ainda à altura de queijos mais apurados.

Preço: 26,00 euros

Há apetecíveis novidades nos vinhos para o verão. Dos clássicos aos néctares de “nobre podridão”

QM Alvarinho Vindima Tardia Superior: um grande néctar nascido da “podridão nobre”

Um vinho de cor singular. Possui um dourado misterioso. É pioneiro nos vinhos verdes, apenas com uvas da casta Alvarinho (região de Monção e Melgaço), cujos melhores cachos são colhidos mais tarde do que o habitual, apenas em dezembro e selecionados exclusivamente à mão.

Por essa razão apresentam a chamada “podridão nobre” (Botrytis cinérea) e uma desidratação muito própria, que resultam em níveis mais elevados de açúcar no delicioso produto final. Élio Barreiros, enólogo das Quintas de Melgaço, explica que “tudo começa nas uvas, que depois de preservadas pelo frio, são colhidas e sujeitas a prensagem suave e decantação a frio”.

Todos estes cuidados verificam-se no produto final: um vinho doce, com um aroma denso e um paladar complexo, de fruta madura, mel e amêndoas, elegante e muito equilibrado, com alguma mineralidade. Caracteriza-o um final de boca persistente e intenso.

Élio Barreiros recomenda que “seja servido bem frio, a uma temperatura entre 6ºC e 8ºC, como aperitivo ou perfeito para acompanhar manjares como patés e queijos”.

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Conceito Tinto 2003: o regresso ao mercado 15 anos depois

Rita Marques, jovem enóloga da Conceito Vinhos, uma empresa familiar sediada em Cedovim, no concelho de Foz Côa, é uma das caras da nova geração do Douro. Irreverente e inconformada, tem desafiado a região em toda a sua plenitude, explorando o seu inesgotável potencial. É assim há 15 anos, altura em que decidiu criar a marca Conceito.

Os primeiros passos foram dados aos 21 anos, quando ainda era estudante de Enologia, em Vila Real, depois de se ter mudado de Coimbra para cuidar das vinhas da sua família. Estas ficam localizadas no Vale da Teja, na sub-região do Douro Superior, que, na altura, ainda se afirmava como berço de grandes vinhos.

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Rapidamente enfrentou a sua primeira vindima, em 2003, um ano que ficaria marcado pelo tempo atipicamente quente e seco que se fez sentir em Portugal e em toda a Europa. Mas, apesar das baixas quantidades, as uvas surpreenderam pela qualidade excecional, anunciando um ano clássico para o Douro.

Nascia assim o Conceito Tinto 2003, o primeiro vinho de assinatura de Rita Marques. Elaborado a partir de uma mistura de castas tradicionais do Douro (mais de 20), incluindo Touriga Franca, Touriga Nacional, Tinta Roriz, Tinta Amarela e Rufete, provenientes de vinhas velhas com mais de 80 anos, estagia 20 meses em barricas usadas de carvalho francês, o que lhe confere grande equilíbrio, boa acidez e volume.

“Continua harmonioso, com boa acidez e a pedir lugar à mesa, ao lado de um bom cabrito no forno”, garante a enóloga. Ao mercado, chegam apenas 1200 garrafas do vinho que poderão ser encontradas em garrafeiras selecionadas.

Preço: 29,90 euros

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Monte das Servas Escolha branco e rosé: os primeiros frutos da vindima de 2017

A família Serrano Mira, proprietária da Herdade das Servas e uma das mais antigas a produzir vinho no Alentejo (em Estremoz), já tem os seus primeiros vinhos da vindima de 2017 espalhados pelo país, ilhas e alguns lugares do Mundo. Falamos do Monte das Servas Escolha branco e rosé.

Para os apreciadores de um branco fresco e elegante, ideal para o consumo do dia-a-dia, mas equilibrado, complexo e volumoso com um final de boca persistente, a equipa de enologia da Herdade das Servas desenhou o Monte das Servas Escolha branco, agora na edição de 2017.

Na “espinha dorsal” deste vinho está uma das castas brancas mais utilizadas do Alentejo, o Roupeiro (50%). Na sua composição constam ainda o Antão Vaz (20%), o Arinto (20%) e o Sémillon (10%), para complementar a versatilidade de um branco que se apresenta límpido e com uma cor citrina. Nos aromas destacam-se o pêssego, a acidez da maçã e do limão, e a doçura da ameixa. Um branco sem madeira, para harmonizar com saladas, peixe grelhado e carnes brancas, habituais na dieta portuguesa, ou marisco e sushi. Preço: 4,90 euros.

Também sem estágio em madeira, o que o torna num vinho mais direto, mas sem que com isso perca o seu potencial gastronómico, a Herdade das Servas sugere o Monte das Servas Escolha rosé. Agora na colheita de 2017, este é o único rosé da Serrano Mira. Estamos perante um vinho límpido, de cor rosa.

No nariz sobressaem os aromas de cereja, morango, framboesa e notas florais, um cocktail característico da Touriga Nacional (60%), a casta tinta mais portuguesa de Portugal que, aqui, é loteada com a Syrah (40%), muito comum em solos alentejanos. No palato revela-se um vinho estruturado, fresco e frutado. O final é persistente. Este conjunto de característica é ideia para beber a solo ou harmonizar com saladas, massas, pizzas, sushi e carnes brancas, pratos alusivos aos dias estivais. Preço: 4,90 euros.

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Quinta dos Murças Vintage 2015: reconhecimento internacional

Conquistou recentemente distinções importantes em dois concursos internacionais: Vintage Port Trophy – Ouro/97 pontos na 34.ª edição do International Wine Challenge (IWC) e a medalha de platina nos Decanter World Wine Awards 2018.

Com uma produção de apenas 3500 litros, o Quinta dos Murças Vintage 2015 é um blend de castas Touriga Nacional, Touriga Franca, Sousão e Tinta Roriz, que provém de vinhas velhas junto à margem do rio Douro.

Um néctar que, de acordo com o produtor, apresenta “aroma complexo de grande intensidade, dominado pelos frutos pretos mais maduros como a amora e o cássis e pelos aromas balsâmicos, como a esteva. No palato é de grande concentração, apresenta taninos muito maduros que em conjunto a sua acidez permite prever uma grande longevidade”.

Preço: 50,00 euros

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