De 21 de outubro a 1 de novembro de 2016 assinala-se, na Casa do Campino, a 36ª edição do Festival Nacional de Gastronomia de Santarém. Uma idade respeitável para um evento que, entre restaurantes, produtores e artesãos, reúne representantes de todo o país. Fruto dos 36 anos de vida e da concorrência que entretanto sofreu por parte de eventos nacionais aos quais serviu de modelo, o Festival tinha vindo a perder importância, mas conheceu, desde o ano passado, um novo dinamismo. Começou por reduzir os dias de duração de 17 para 12; bem como o número de expositores, mantendo contudo a variedade; criou um dia de entrada livre (segunda-feira) e programou uma série de atrações para diferentes públicos, como a apresentação de jovens chefes de cozinha, cursos de vinhos, workshops e conferências.
Além de capital do Gótico, designação merecida pelo seu património arquitetónico, Santarém quer reafirmar-se como capital da Gastronomia, título que durante anos ostentou com orgulho. Como compara Ricardo Gonçalves, presidente da Câmara, “a gastronomia é o planeta, depois há outros satélites”. Ou seja, outros motivos de cativar as pessoas para vir a Santarém: a sua arquitetura religiosa, a paisagem ou as atividades desportivas cada vez mais procuradas, principalmente junto ao Tejo.
Este ano o tema é o Mar e dos nove municípios portugueses convidados, cada um traz o que tem de melhor, como o “marisco de Olhão, ou o choco de Setúbal”, exemplifica Luís Farinha, vereador do Turismo da CMS. Sob o lema “Os Sabores do Mar Português”, e em parceria com a Secretaria de Estado das Pescas, são promovidas Degustações enogastronómicas, de cozinha, workshops, cursos de vinho e provas.
Os municípios vizinhos são também convidados a trazer as suas especialidades, caso do arroz de Coruche ou do melão de Almeirim, só para citar alguns exemplos.
O Festival conta com 12 tasquinhas tradicionais e um restaurante conceito onde dois jovens cozinheiros vão cozinhar a quatro mãos nove jantares de degustação com o valor de 35€. É a 2ª edição do Restaurante Lucky 13, uma aposta nos valores para o futuro da gastronomia. Ocasião para conhecer o trabalho de alguns dos mais promissores profissionais de cozinha como Rodrigo Castelo, da Taberna Ó Balcão, ou Gonçalo Costa, um filho da terra recém-chegado do Brasil e que pretende fazer a diferença no panorama gastronómico escalabitano.
Nos dias 24 e 25 de outubro, acontece a Final Nacional do Jovem Talento da Gastronomia, um concurso das Edições do Gosto; além do fórum 'Que Gastronomia para o Futuro de Portugal?', no dia 25, em que se celebra o Dia do Estudante de Gastronomia.
Os workshops têm lugar a 24, 25 e 26 de outubro, organizados pela Escola Superior Agrária – Instituto Politécnico de Santarém. Entre as 15h30 e as 16h30, há 3 Workshops diários, a saber: dia 24 - Provas Comentadas de Queijo Curado; dia 25 – Tecnologia dos Alimentos – Avaliação do Grau de Frescura de Peixe e dia 26 – Vinagres, Emulsões e Aparentados – Prova Comentada. A inscrição é gratuita e obrigatória (no secretariado do FNG).
Já nos dias 25, 26, 27 e 28 acontece o Curso de Vinhos – Emoções com’Vinho, organizado pela Quinta da Lagoalva e pensado para quem quer identificar aromas, distinguir regiões, saber casar vinho com gastronomia, servir vinho e abrir corretamente a garrafa. O curso acontece no Restaurante Lucky13, das 15h às 17h, com o máximo de 15 participantes/dia.
Por outro lado, o 4º Seminário Artes da Mesa tem lugar a 26 de outubro, dedicado ao serviço de sala e reunindo em torno de apresentações e debates, os profissionais, estudantes e curiosos da temática.
Paralelamente, decorre o III Salão dos Vinhos com provas e mostras, em espaço dedicado, que evidenciam a qualidade e a diversidade dos vinhos portugueses, com provas e masterclasses com inscrição prévia e limitada.
As entradas diárias no Festival têm o valor de 2€ e podem ser adquiridas no Complexo Aquático de Santarém, no Posto de Turismo ou à entrada do Festival.
Ana César Costa
Comentários