Ana Martins está à frente da Sabor Bio, uma produtora de frutos biológicos da freguesia de Moita de Alvorninha, nas Caldas da Rainha. Arquiteta de formação e empresária por opção, é ela que faz os rótulos dos frascos de licores, vinagres e sumos, sobre uma aguarela pintada por um dos irmãos, Rogério Martins, matemático conhecido por apresentar o programa “Isto É Matemática!”. Outro irmão está encarregue da produção biológica de pera e maçã, enquanto o pai se dedica aos diospiros. A Sabor Bio já funciona há cinco anos e a procura tem sido tal que metade da produção já está esgotada. O seu sumo de pera rocha, por exemplo, não pode ser encontrado de momento, mas o de maçã ainda está disponível. Um sumo pasteurizado, que aguenta até uma semana no frigorífico, sem açúcares adicionados não homogeneizado e não filtrado, para manter maior quantidade de polpa e fibra.

Morangos
Ana Martins e o pai, da empresa Sabor Bio

Quando Ana regressou a Portugal depois de alguns anos a trabalhar fora, constatou que as pessoas se tinham tornado “mais seletivas na escolha, queriam fruta bonita”, o que retirava valor às peças mais pequenas. Ao mesmo tempo, eram importados da Alemanha diversos produtos como sidras e sumos, que podiam ser produzidos cá com esses mesmos frutos. Assim, decidiu arriscar e converter todos os pomares do pai para a produção biológica e investir num negócio de família que se revela um sucesso.

Também Sandra Silvério, da Cooperfrutas, destaca estas frutas como as estrelas do negócio. Os purés de maçã, de pera e uma mistura dos dois produzidos pela cooperativa venceram um concurso do Intermarché e, passado um ano, começaram a ser vendidos noutros locais. O gosto pegou e os purés são este ano a base do Sorvete de Maçã de Alcobaça e Canela e do Sorvete de Pera Rocha, as grandes novidades da gama “Gelados de Portugal” da Fabridoce.

São também esses ingredientes que vão ser cozinhados e servidos no espaço Fruta Viva, a cozinha de aplicação da feira, por onde vão passar nomes como Miguel Laffan e Francisco Sioppa, entre outros. Na inauguração da feira, o Chefe Tiago Costa, formador da Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste, preparava com os seus alunos um gaspacho de meloa, maçã e morango, ainda à espera da comitiva que dava a volta à feira.

Morangos
Ana Martins e o pai, da empresa Sabor Bio

Depois de ter sido uma das mais importantes feiras do setor a nível nacional, nos anos 1970 a 1990, a “Frutos – Feira Nacional de Hortofruticultura das Caldas da Rainha” perdeu o local privilegiado onde se realizava e o protagonismo. Em 2016, o presidente da autarquia, Fernando Tinta Ferreira, recuperou o Parque D. Carlos I como cenário ideal para a feira. É aqui que encontramos expositores de tratores e máquinas agrícolas, doçaria tradicional e licores, produtores de maçã, pera, melão, pêssego, ginja, morango e muito mais, num evento que este ano assume um sabor especial.

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