As memórias e a família têm sido uma referência constante para a criadora, que vai procurar pistas ao poderio feminino em baús cheios de histórias e às matriarcas fortes e independentes que sempre lhe deram colo e a deixaram mergulhar num universo estético que ainda a fascina.

“A minha marca é inspirada na minha bisavó, Ângela Trigo da Roza, que viveu entre Hong Kong e Portugal”, diz Maria num sorriso.

A influência da estética Asiática pode descobrir-se nas silhuetas e no corte da coleção, na reinterpretação dos quimonos, nos padrões e nos bordados. Todas as peças são feitas à mão num atelier em Portugal, com uma grande exigência com a qualidade, que é irrepreensível, e atenção ao pormenor.

“A coleção foi desenhada por mim desde o conceito aos esboços e padrões, estes últimos desenvolvidos em aguarela e tinta da china e exclusivos da marca, desenhados em colaboração com uma ilustradora.

Os materiais são escolhidos a dedo - 100% seda e 100% algodão (deadstock da casa Oscar de La Renta). “Acredito que a verdadeira sustentabilidade passa por comprar menos, mas com qualidade. A cada coleção procuro cumprir uma promessa de criar peças que durem uma vida inteira, capazes de resistir ao tempo, de passar entre gerações, não só pela qualidade dos materiais mas também pelo seu design intemporal”, avança Maria.

O tamanho é único (S/M) e as peças foram desenhadas para abraçarem diferentes formas. A ideia é que vistam muitas mulheres com corpos diferentes e, por isso, toda a coleção foi experimentada por dezoito pessoas de varias idades, pesos e estaturas.

“Fico feliz por poder dizer que a minha roupa fica bem a todas as mulheres que a vestem e sinto que consegui o que queria - que elas se sintam incríveis”.