Tal como uma boca com cáries nunca poderá ser
sexy, faz pouco sentido restaurar um dente com um material
cuja aparência o tornará pouco apelativo esteticamente.

Mesmo em áreas aparentemente improváveis, saúde e estética
andam de mão dada. Os profissionais sabem-no, pelo que a evolução dos procedimentos é feita
em busca dos resultados mais agradáveis e cómodos para os
pacientes.

Exemplo disso mesmo são os dois tratamentos de
que lhe falamos de seguida. Vão ajudá-la a alcançar uma boca
digna de se ver ao espelho.

Gengivoplastia

«Simples, rápido e indolor», este tratamento tem «um enorme retorno a nível estético e resultados imediatos»
garante João Amaral, especialista em gengivoplastia na Clínica White. Permite corrigir de forma muito simples o
chamado sorriso gengival.

«Consiste, basicamente, na remoção da
gengiva em excesso que recobre todos
ou alguns dos dentes do doente. Permite
também realinhar as margens da gengiva,
obtendo-se uma maior simetria e harmonia
do sorriso», explica João Amaral, que
destaca a utilidade deste procedimento
em casos em que os dentes
parecem muito pequenos.

Quanto às técnicas, pode ser usado um bisturi convencional,
que corta a gengiva em excesso, mas
também um bisturi elétrico ou a laser.
Os dois últimos «garantem um melhor
pós-operatório, são de utilização mais
simples e precisa e têm a vantagem de
não só removerem o excesso de gengiva
como também cauterizarem e ajudarem
a coagular imediatamente a hemorragia,
tornando a cicatrização mais simples»,
considera o médico dentista.

Imediatamente antes do procedimento
cirúrgico é aplicada a anestesia local (lidocaína,
mepivacaína ou articaína). Segue-se a medição do nível de gengiva
a remover. Depois é removido o excesso
de gengiva, de acordo com a
técnica utilizada. No final, caso seja
necessário, é realizada
a sutura.

Quanto à recuperação, e embora esta técnica não exija recobro,
«é necessário que o paciente higienize bem
a zona cirúrgica para evitar a acumulação
de placa bacteriana, que pode provocar
inflamação e atrasar o processo de
cicatrização», esclarece Ricardo Alho,
também especialista em gengivoplastia
na Clínica White. Sobretudo nos primeiros
sete a dez dias, o paciente deve «escovar
os dentes pelo menos duas vezes ao dia,
escovar as gengivas com uma escova macia
e aplicar várias vezes ao dia um gel de
clorohexidina que favorece a cicatrização».
Além disso, usar fio dentário diariamente e
bochechar com um elixir oral ajuda a evitar a
placa bacteriana e inflamação gengival.

Quanto aos resultados, e segundo os especialistas, «pode existir alguma
regressão dos resultados, mas com um pequeno
retoque feito posteriormente o resultado
é excelente». Os cuidados de higiene oral são
essenciais para evitar a recidiva e, «regra geral,
basta uma intervenção».

Este procedimento não está indicado em caso
de má higiene oral, cáries, problemas graves de
saúde oral e quando não existe gengiva suficiente
para a realizar. Para além disso, só é aconselhado
para pessoas que já tenham toda
a dentição definitiva. Quanto a preços, a gengivoplastia custa, em média, cerca de 95 €.

Veja na página seguinte: Como conseguir dentes mais brancos

Branqueamento dentário

Este procedimento permite atenuar os sinais do escurecimento do esmalte, como dentes amarelados ou manchas
acastanhadas, acinzentadas ou negras.

Hoje em dia é possível fazê-lo de forma quase instantânea, como indica Rita
Macedo, médica dentista na Corporación Dermoestética.

«O branqueamento dentário atua mediante
uma reação de oxidação», explica a especialista.

«O oxigénio
do gel branqueador penetra no esmalte
até à dentina [tecido conjuntivo que
forma o corpo do dente], aclarando a sua
cor», refere Rita Macedo. Este procedimento
justifica-se em caso de escurecimento
do esmalte dentário, causado por
manchas tanto superficiais (por exemplo,
originadas pelo café, chá, cerejas e tabaco)
como intrínsecas, «derivadas do
processo natural de envelhecimento dentário,
que se acentua a partir dos 35 anos,
de tratamentos com antibióticos aquando
da formação dos dentes, ou de traumatismos
», explica a médica dentista.

Pode ser feito a laser ou com moldeiras,
sendo que «o princípio ativo é o mesmo,
o que muda é a concentração» e que
«ambas as técnicas têm resultados bastante
satisfatórios» afirma Rita Macedo.
Enquanto «o laser ou feixe de luz (LE D)
é indicado para pessoas que pretendem
resultados rápidos», com as moldeiras
«o tratamento é feito em casa e poderá
apresentar melhores resultados, por ser
mais gradual».

Esta técnica tem, ainda, a
vantagem de permitir efetuar retoques de
forma simples. Segundo a especialista,
«a proteção do esmalte está assegurada
por qualquer uma das técnicas», no entanto
«nas pessoas que já têm uma grande
sensibilidade, esta poderá ser agravada,
sobretudo no caso do tratamento
a laser, por ser mais forte e rápido».

Antes do tratamento em si, é feito um exame à
cavidade oral para apurar se não existem
outros problemas a nível dentário e são
tiradas fotografias para documentar o
«antes» do tratamento. Para iniciar o tratamento é colocado
um aparelho que ajuda a abrir a boca do
paciente e que permite ao médico dentista
trabalhar com maior facilidade.

Depois protege-se as gengivas e é
aplicado um gel branqueador sobre toda a
superfície dos dentes. De seguida,
faz-se incidir o laser ou feixe
de luz (LED) sobre os dentes durante 20 a
50 minutos, de forma indolor. No final, retira-se o gel, aplica-se um
produto dessensibilizante e são repetidas
as fotografias para documentar o depois
do tratamento.

Quanto à recuperação saiba que «imediatamente após o tratamento, o
paciente pode voltar às suas atividades
diárias sem desconforto, mas deve evitar
a ingestão de alimentos demasiado
frios ou quentes e de alimentos com
cor, como framboesas, cola, vinho,
cerveja ou vinagre balsâmico»,
recomenda detalha a médica dentista.
Adicionalmente, a higiene oral «deve ser
feita normalmente».

E o que é feito numa sessão? No procedimento com laser, numa sessão
são normalmente realizados dois ciclos de
aplicação, de 30 minutos cada um, podendo
ser feito um terceiro ciclo noutro dia.
No procedimento com moldeiras, em casa,
a aplicação é feita durante uma semana
a 15 dias, uma hora por dia.

É possível obter «dentes dois a três tons
mais claros que o inicial», informa Rita
Macedo, segundo a qual «os resultados não
são permanentes, mas o retrocesso não é
até ao estado inicial». Para o evitar, é essencial
«efetuar as consultas de rotina e higiene
dentária pelo menos duas vezes por
ano, além de ter bons hábitos de higiene,
incluindo escovagem, fio dental e elixir».

O branqueamento não está indicado em
caso de gravidez, amamentação ou sensibilidade
dentária acentuada (pode ser agravada
com o tratamento). Por outro lado,
os resultados podem não ser tão bons em
pessoas de idade ou com o esmalte fino. Um tratamento deste tipo tem um custo desde 588 €.

Texto: Rita Miguel com João Amaral (especialista em gengivoplastia na clínica White) e Rita Macedo (médica dentista na Corporación Dermoestética)