A produção exagerada de suor dá pelo nome de hiperhidrose, um problema que atinge muitas mulheres e muitos homens um pouco por todo o mundo. Se é o seu caso, chegou o momento de recorrer a tratamentos específicos ou, até, a uma intervenção cirúrgica. Importa, contudo, avaliar junto de um especialista em dermatologia o que poderá estar na origem desse fenómeno antes de avançar para um tratamento.

Estas são as suas opções para lidar com esta patologia:

- Infiltrações de botox

Consistem na aplicação de injeções de toxina botulínica na pele. As picadas são espaçadas entre um a dois centímetros na área afetada. Nas axilas, é praticamente indolor e pode supor cinco a 10 picadas, mas nas palmas das mãos e plantas dos pés é mais incómodo, por isso aplica-se antes um creme anestésico e supõe 20 a 50 picadas. O tratamento demora entre 15 e 30 minutos.

Há que evitar massajar a zona e o exercício físico durante um ou dois dias, para que o produto não se espalhe a zonas não desejadas. Este método bloqueia a acção das terminações nervosas das glândulas ecrinas responsáveis pela produção de suor. Funciona muito bem nas mãos e axilas. A seu favor tem o facto de não requerer nem baixa laboral nem internamento hospitalar.

Este tratamento reduz em mais de 83% a transpiração uma semana após realizar o tratamento. É, para além disso, a melhor alternativa à cirurgia. Os resultados perduram entre quatro e nove meses, passado este tempo há que repetir o tratamento, ainda que cada vez se transpire menos.

Os seus efeitos são, assim, cumulativos. Tem, no entanto, um contra. Não é propriamente barato. Em média, cerca de 600 € para as axilas e 900 € para as mãos e pés. Pode causar dor no local das injeções e originar sintomas semelhantes aos de uma gripe. Também pode diminuir a força muscular da zona (mas este efeito é passageiro e desaparece ao cabo de 15 dias) e causar hematomas, que desaparecem em 10 dias. Ainda assim, vale a pena!

- Iontoforese

Consiste em colocar nas axilas, pés e palmas das mãos uns pequenos eléctrodos ligados a uma corrente contínua de baixa intensidade. O equipamento compra-se em lojas ortopédicas e farmácias e o tratamento é feito em casa. Este tratamento bloqueia a produção de suor das glândulas sudoríparas. Funciona, sobretudo, nas mãos e nos pés.

«Pode ser feito em casa com bastantes benefícios», refere Vera Monteiro Torres. É necessário fazer um tratamento de choque durante um mês e depois basta submeter-se a sessões de manutenção mensais. A sua resposta é, no entanto, muito variável. Há quem responda muito bem e quem não tenha resultados.

- Simpatectomia

A simpatectomia é «uma intervenção delicada do foroneuro-cirúrgico que elimina a enervação das glândulas sudoríparas e, como consequência, a sua função de produção de suor», explica Vera Monteiro Torres. É praticada por um cirurgião, com recurso a internamento hospitalar e anestesia geral. Mediante a cirurgia, pode-se extirpar parte da pele das zonas problemáticas e com isso reduzir o número de glândulas sudoríparas.

«É uma solução que se tem revelado muito eficaz, sobretudo em relação à hiperhidrose axilar», acrescenta a dermatologista. Acarreta, todavia, alguns efeitos secundários indesejados. É uma técnica agressiva que só se realiza em casos muito graves e que afectem o relacionamento social normal. Além disso, é dispensiosa. Custa, em média, cerca de 2.000 €.

Texto: Fernanda Soares