Uma cirurgia estética não deixa de ser uma cirurgia e tem sempre riscos associados.

Para minimizá-los ao máximo e
garantir a assistência médica adequada, certifique-se de que escolhe um especialista devidamente habilitado.

O título de médico ou cirurgião, conferido pela licenciatura
em medicina, não é suficiente para exercer cirurgia plástica.


Para além da licenciatura em medicina, é necessário deter
o título de especialista em cirurgia plástica reconstrutiva e estética. Os cirurgiões plásticos devidamente certificados têm de
completar um percurso que engloba seis anos de licenciatura em medicina, um ou dois anos em internato geral e seis anos de especialidade
em cirurgia plástica reconstrutiva e estética.

Regras para acertar

Todos os médicos habilitados a exercer cirurgia plástica (reconstrutiva
ou estética) em Portugal têm de estar obrigatoriamente
inscritos na Ordem dos Médicos. Assim, quando quiser
consultar um cirurgião plástico, vá ao site da Ordem dos Médicos,
digite o nome e se este não aparecer associado ao Colégio
de Cirurgia Plástica Reconstrutiva e Estética, esse médico não
está habilitado com as credenciais necessárias para exercer esta especialidade no nosso país.

Aos médicos especialistas
da União Europeia é concedida a equivalência automática,
desde que a solicitem. Aos especialistas por outros países,
é necessária uma análise cuidadosa do currículo por parte
do colégio da especialidade, sendo habitualmente exigida
formação complementar em Portugal.

É indispensável que o especialista realize a intervenção num
bloco operatório (ou espaço com as mesmas condições técnicas
e de assepsia). Por mais que o médico seja qualificado, algo pode
correr mal, pelo que deverão estar reunidas todas as condições
necessárias para atender a qualquer complicação que possa
surgir.

Esteja atenta a todos os pormenores

Desconfie sempre de médicos que se intitulem especialistas apenas em cirurgia estética.
Não há, a nível mundial, formação única e exclusiva em
cirurgia estética. Esta é um capítulo dentro da especialidade de
cirurgia plástica reconstrutiva e estética. Pode haver cirurgiões, que não cirurgiões plásticos, com algum treino em cirurgia
estética mas esse treino é habitualmente inadequado e fora
do contexto da cirurgia plástica, logo, medíocre.

Não confie cegamente em promessas de um resultado perfeito. Nenhuma intervenção
está isenta de complicações. Um profissional sério deve dar-lhe
uma explicação global e técnica rigorosa sem ocultar-lhe os limites
e riscos da intervenção. A cirurgia plástica abrange duas classes de procedimentos:

- Cirurgia reconstrutiva
É uma intervenção destinada a reparar
defeitos de nascença ou causados por
acidente ou doença.
O seu principal objetivo é melhorar a
funcionalidade das partes afetadas.
É o caso, por exemplo, da reconstrução
mamária após mastectomia por cancro
da mama. É comparticipada pelo SNS.

- Cirurgia
estética

É uma intervenção decidida de forma
voluntária com o fim único de melhorar
a aparência. É o caso do lifting ou do
aumento mamário. Não é comparticipada
pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Revisão científica: José Parreia (diretor do Serviço de Cirurgia Plástica, Reconstrutiva e Estética do Hospital Garcia de Orta)