Os preencimentos faciais são seguros?

Sim. A maioria dos preenchimentos faciais é realizada com ácido hialurónico. Estes produtos existem no mercado sob a alçada de marcas credenciadas e certificadas quer na europa quer na américa. A qualidade e a segurança são excelentes e além disso as reações alérgicas são extremamente raras. Quando estas acontecem, devem-se a outros componentes do filler, nomeadamente ao anestésico local que algumas formulações têm.

O ácido hialurónico existe naturalmente nos seres vivos, animais e plantas e isso inclui-nos a nós. É uma macromolécula que existe nos diferentes tecidos do nosso corpo, principalmente na pele.

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Vou ficar com marcas?

Na maioria das vezes - e desde que uma cânula seja usada - a resposta é não. Obviamente que existem fatores inerentes à própria paciente (medicação com aspirina, vitamina E e outros suplementos naturais) que podem aumentar a tendência para a hemorragia. Áreas anatómicas especificas como os lábios ou as pálpebras são mais propensas a nódoas negras, mas, desde que uma cânula seja usada em vez de uma agulha, o risco é muito diminuto.

Vou ficar inchada?

Há sempre algum inchaço associado ao preenchimento com fillers. Quanto maior é a quantidade usada maior é o inchaço. O tipo de filler (densidade) também tem influência e, por fim, a própria paciente e as suas caraterísticas individuais conduzirão a uma maior ou menor tendência para o edema. É importante saber que o inchaço ou edema que surgir desaparece em dois a três dias.

O preenchimento é doloroso?

É perfeitamente tolerável e a maioria das pessoas não precisa sequer de anestesia tópica, somente da ajuda do frio. Muitos dos fillers, atualmente, contêm anestésico local na sua composição o que ameniza a aplicação e inibe qualquer sensação desconfortável que possa surgir logo após a aplicação. É importante perceber se a paciente tem algum tipo de fobia a agulhas ou se fica especialmente ansiosa, pois também este aspecto é passível de controlo o que tornará a experiência do preenchimento facial muito menos traumática.

Se me arrepender posso tirar o filler?

O preenchimento com ácido hialurónico tem essa grande vantagem: pode ser revertido se assim o entendermos. É possível, com uma injeção eliminar o preenchimento feito se for essa a vontade da paciente. Na esmagadora maioria dos casos isso não é necessário.

É importante saber que o ácido hialurónico não é permanente e que o resultado se vai desvanecendo com o tempo. Algo mais imediato, como já foi dito também é possível. Fillers permanentes não nos permitem ter esta importante vantagem e segurança.

O mesmo tipo de filler serve para todas as parte da cara e corpo?

Existem diferentes fillers de ácido hialurónico – variam na densidade, elasticidade e plasticidade, por isso é fácil perceber que um tipo de filler não se adequa a todas as regiões do rosto e pescoço da mesma forma. Alguns, mais densos, devem ser colocados em profundidade enquanto outros podem ser aplicados logo por baixo da pele. As zonas sensíveis das pálpebras e lábios requerem fillers especiais.

Quando pretendemos volume usamos fillers que tenham um efeito de lift e que confiram maior projeção à área tratada. Para as rugas finas do pescoço e face, queremos um filler que não se comporte com um volumizador, antes como um hidratante que permite estimular aquela pele tão fina e amenize as depressões das rugas.

A seleção dos diferentes tipos de filler a usar fica a cargo da sua médica cirurgiã plástica, que lhe esclarecerá todas as dúvidas.

Acho que preciso de um facelift, mas posso substituí-lo pelos fillers?

Não é possível. Um “facelift” é uma intervenção cirurgia, durante a qual os tecidos são manipulados e reposicionados. A pele em excesso é eliminada. Com os fillers, nada é removido e a magnitude do “lift” ou da projeção que possam conferir ao rosto em nada se compara com o resultado cirúrgico.

Há que chamar à atenção para o facto de, muitas pessoas, recorrerem aos fillers como substituição do lift e terminam com o rosto completamente alterado, “insuflado”. É importante esclarecer e impedir que o percurso seja este.

Além dos fillers, podemos recorrer à toxina botulínica, à microdermoabrasão, peelings e radiofrequência para melhorar a aparência, diminuir as rugas, controlar a flacidez. O resultado não é tão espantoso mas, para quem não quer a cirurgia, pode ser bastante satisfatório.

As explicações são da médica Ana Silva Guerra, especialista em Cirurgia Plástica e Reconstrutiva