Já ouviu falar da Teoria do Apego? Este conceito nasceu de um estudo, levado a cabo pelo psiquiatra e psicanalista John Bowlby e pela psicanalista Mary Ainsworth, sobre o vínculo estabelecido entre os recém-nascidos e as suas mães e outros dos seus cuidadores. A teoria defende que existe uma ligação afetiva entre uma criança e uma figura de apego, que normalmente é quem protege e cuida, devido à sua necessidade instintiva de segurança. Esta figura de apego, por sua vez, influência significativamente o crescimento físico, social e emocional da criança.

Mais tarde, os psicanalistas Cindy Hazan e Philip Shaver expandiram a Teoria do Apego para as relações amorosas entre os adultos, que demonstram um tipo muito semelhante de apego pelos seus parceiros. Nesse sentido, identificaram quatro estilos de apego.

Neste artigo, o Felizes.pt indica-lhe quais são e explica em que cada um consiste. Leia com atenção e confirme qual é o seu estilo de apego e de que forma o mesmo impacta a sua relação amorosa.

1. Apego Seguro

Este estilo de apego resume-se à confiança que uma pessoa tem em si e no seu parceiro e no equilíbrio entre a intimidade e a independência. Geralmente, quem nutre este género de apego sente-se bastante satisfeito e confortável com o seu parceiro e a sua relação. Estes indivíduos apreciam bastante os momentos a dois, bem como a sua liberdade. Numa relação, procuram alguém semelhante com quem possam partilhar os seus sentimentos e ser vulneráveis e evitam parceiros que dependam de si.

2. Apego Evitante

Contrariamente ao tipo de apego seguro, as pessoas que dispõem de apego evitante procuram incessantemente pela sua independência, evitando, totalmente, apegar-se nas suas relações. Estes indivíduos tendem a renunciar afeto e têm, habitualmente, dificuldade em demonstrarem as suas emoções e serem vulneráveis perto até de quem mais gostam. Não costumam dar muita relevância aos seus relacionamentos, pelo que podem ser distantes e frios. Estas pessoas geralmente tomam uma posição mais defensiva, não se permitindo criar ligações afetivas com os outros, numa tentativa de nunca chegarem a ser rejeitados.

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3. Apego Ambivalente

As pessoas caracterizadas por este estilo de apego tendem a ser carentes e inseguras em relação a si próprias e ao seu relacionamento. São indivíduos que procuram a aprovação e a valorização por parte do seu parceiro. Normalmente, quem possui apego ambivalente não é muito seguro, culpando-se e duvidando de si mesmo constantemente. Muitas vezes, acreditam não serem merecedores do amor da outra pessoa. Por essa razão, criam um grande nível de dependência pelo seu parceiro, sendo impulsivos, muito emocionais e apreensivos. Por conseguinte, têm dificuldade em afastar-se e desejam relacionar-se com alguém que reforce consecutivamente o seu valor e o quanto os amam.

4. Apego Desorganizado

Este estilo de apego consiste numa contradição de sentimentos. Apesar de pretenderem desenvolver relações amorosas, estas pessoas não se sentem completamente à vontade com a intimidade emocional. O apego desorganizado mistura características do apego ambivalente e do apego evitante. Por um lado, os indivíduos são inseguros e desejam a recetividade do seu parceiro, por outro lado, não gostam de sentir-se vulneráveis e íntimos com ele. Ou seja, procuram o amor e o reconhecimento do outro, necessitando profundamente de afeto, porém, reprimem os seus sentimentos, acabando por afastar-se de quem amam.

É importante que reflita e reconheça o seu estilo de apego. Faça uma introspeção e avalie a sua relação. Assim, poderá tomar medidas para melhorar a sua vida afetiva como nunca. Comunicar é a chave para um relacionamento bem-sucedido. Recorde-se que uma relação é um diálogo, não um monólogo. Fale com o seu parceiro e ouça o que ele tem para dizer. O amor é uma força da natureza ao qual todos temos direito. É a ventania que sopra fortemente nos nossos corações que nos faz ter borboletas na barriga. Não se proteja do vento, deixe-se levar por ele.

Imagem de abertura do artigo cedida por Freepik.