Queer, pansexual, intersexual ou assexual são alguns dos termos utilizados para descrever a orientação sexual de cada indivíduo. Para as gerações mais jovens e tecnológicas, especialmente a chamada geração Z (nascida depois de 1995), estes termos não representam nada de novo. Mas se questionarmos as suas famílias sobre fluidez sexual o caso muda de figura.

“Existem tantas orientações sexuais como indivíduos. Na sociedade atual existem pessoas que se identificam com o que os outros esperam delas, e outras que ignoram essas expectativas e transgridem as normas sociais para poder viver a sua sexualidade em função dos seus próprios desejos”, refere María Miranda, psicóloga e educadora do Centro Juvenil de Orientação para a Saúde.

Foi a pensar nesta diversidade de expressões (que confundem muitos pais) que o jornal ‘El País’ coloca a questão: como é que a família deve abordar o tema da sexualidade numa era em que as gerações mais jovens parecem estar mais informadas do que as mais velhas?

Apesar do fosso geracional, que por vezes pode afastar os filhos dos pais, é importante que a família nunca deixe de comunicar, fortalecendo os laços afetivos entre si. Segundo María Miranda, durante a adolescência – considerada uma altura determinante na vida de qualquer ser humano - é importante que os jovens sintam o apoio dos pais. “[Os progenitores] não tem de se preocupar excessivamente com o conhecimento, uma que vez que se trata mais de uma questão de atitude. É importante estarem sempre prontos a dialogar, colocarem-se no lugar dos filhos e saberem pedir ajuda quando não têm as ferramentas necessárias para essa tarefa,” explica a psicóloga.

Apesar das camadas mais jovens estarem mais informadas sobre o assunto, a verdade é que isso não significa que seja fácil para eles conseguirem definir a sua identidade sexual. “Muitos adolescentes experimentam um enorme grau de confusão quando tentam perceber em que grupo se encaixam. É aqui que surgem dificuldades”, refere Lydia Luque, sexóloga e socióloga. Tendo em conta este processo de autoconhecimento e descoberta porque os mais jovens passam, é importante que a família esteja informada sobre o assunto não correndo o risco de ter uma conversa sobre algo que não compreende. O melhor conselho passa por falar com profissionais especializados ou ler sobre o assunto de forma a que se possa preparar para uma eventual conversa sobre orientação sexual dos filhos.

“De maneira útil, os pais podem ir incorporando nas conversas quotidianas mensagens de aceitação da diversidade e confiança. A conversação deve incorporar um intercâmbio de como se sente o jovem ou o adolescente e a forma como os progenitores estão a lidar com a situação, deixando explícita a aceitação”, alerta Carme Sánchez, psicóloga clínica, sexóloga e diretora do Instituto de Sexologia de Barcelona.