Aproxima-se o fim das férias, e com ele, um dos acontecimentos mais marcantes na agenda das crianças e dos adultos: o regresso às aulas. As recordações das férias vão ficando para trás e há que voltar à rotina. Tudo isto significa mais disciplina, e o cumprimento dos horários e compromissos que exigem um esforço tanto para os filhos como para os pais. Ainda que para os mais pequenos o regresso às aulas signifique reencontrar amigos e professores, para muitos, voltar à escola representa uma mudança radical.
Mudanças de vida e novos horários para as crianças
Os meses de verão e as férias permitem que as crianças tenham um horário mais flexível e que por isso estejam mais relaxados, sem pressa para ir para a cama nem para acordar. Por isso, quando o despertador volta a tocar, muda tudo. Teresa Rosillo, psicóloga especializada na infância e em brinquedos para a Imaginarium, garante que “para que esta mudança não implique um esforço considerável, o processo de adaptação deve começar duas semanas antes do início das aulas.”
Para além dos horários, a criança deverá aprender a lidar com outras mudanças “pelo que é necessário que os pais transmitam às crianças que voltar à escola é algo positivo”.
Enfrentar com otimismo o regresso à rotina. Como?
O regresso às aulas pressupõe um regresso às obrigações: é preciso estudar e fazer os trabalhos de casa. Por este motivo, é importante que as crianças contem com o apoio dos seus pais e que eles participem em todo o processo. Por exemplo, indo juntos comprar o material escolar e os livros, arrumar a roupa, levá-los à escola ou dedicar alguns minutos à leitura ou a fazer exercícios.
Teresa Rosillo explica que as crianças reagem à mudança da mesma forma que os adultos: “ficam nervosos e ansiosos, e por isso é tão importante destacar as mudanças positivas e participar nelas”. É importante que comecem a trabalhar as atitudes positivas quanto antes, fixar objetivos para o novo ano escolar, e falar dos aspectos positivos do início de mais um ano lectivo, ajudando-os a desenvolver a sua autoestima. “É positivo que os pais falem com os seus filhos sobre os seus sonhos e expectativas” insiste Teresa Rosillo, “isso contribui para que se sintam protegidos e capazes de enfrentar as dificuldades que eventualmente possam surgir”.
O regresso às aulas, só para crianças?
Durante as férias, as crianças passaram mais tempo com os seus pais do que o habitual e agora têm de aprender a separar-se deles de novo. No entanto, não são só as crianças que precisam de um período de adaptação. Os pais também vivem o seu particular regresso às aulas. Como ultrapassar juntos esta mudança?
Teresa Rosillo explica que é preciso explicar a parte boa da separação “Na escola, as crianças encontram-se num ambiente adaptado que lhes oferece oportunidades todos os dias” e acrescenta que “o regresso ao trabalho faz-nos lembrar que não somos apenas pai ou mãe, e isso é muito benéfico, tanto para as crianças como para os adultos!”
Para que o regresso à rotina seja mais fácil, é importante que as crianças mantenham uma ligação entre as férias e o seu quotidiano “ Pode ser positivo que as crianças levem uma recordação das férias para mostrar à professora e aos amigos” aconselha Teresa Rosillo, que insiste na importância dos pais falarem aos filhos sobre o seu trabalho “usando palavras que possam entender. Assim, serão capazes de imaginar o que fazem os seus pais quando não estão juntos”.
O momento da despedida nem sempre é fácil, nem para as crianças nem para os pais. ”Não há nada com que se preocupar, no entanto, quanto mais rápida for a despedida, melhor” explica Teresa Rosillo, “as crianças limitam-se a exprimir os seus sentimentos, alegres o tristes, e isso é um bom sinal” . Para além disso, para descomprimir o momento “os pais devem explicar aos filhos que vão ficar ali um bocadinho e depois a mãe ou o pai virá buscá-los”. Pouco a pouco, as crianças irão tendo referências o que torna mais fácil a separação.
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