Carlos Faia Fernandes, da direção regional de Lisboa do STAL, disse à Lusa que a falta de pessoal nos refeitórios das escolas em Sintra no arranque do ano letivo é "recorrente", mas este ano a situação está a prolongar-se e a transformar-se "num caos".

"Há cerca de 100 escolas com falta de pessoal em Sintra, nos refeitórios. Falta uma ou duas pessoas por escola, o que totaliza a necessidade de se colocarem 200 pessoas. Neste momento, são as auxiliares de ação educativa que já fazem limpezas e servem almoços, funções que não são da sua competência", descreveu.

O sindicalista alertou, também, para a falta de utensílios de cozinha nas escolas e que as crianças têm 15 minutos para almoçar, para depois se lavar a loiça e poder servir refeições a mais crianças.

"Todos os anos isto acontece. No primeiro mês do ano letivo há sempre falta de gente, mas depois a câmara faz alguma pressão e a coisa resolve-se, mas este ano já se está a arrastar e não há perspetiva de se resolver", lamentou Carlos Fernandes.

Num comunicado enviado pelo STAL, é acrescentado que a responsabilidade é da empresa que presta o serviço de apoio às cozinheiras da Câmara Municipal de Sintra, a ICA, que está "a colocar menos pessoas e com horários reduzidos nesse serviço de modo a obter mais lucro".

O STAL refere que já alertou para a situação a Câmara de Sintra, que informou que "a situação estaria a ser resolvida".

"Os trabalhadores que prestam este serviço queixam-se de excesso de trabalho, com centenas de refeições diárias e com poucos meios. Acresce a isto tudo as parcas condições de trabalho que têm", lê-se em comunicado.

Em conjunto com o Sindicato da Hotelaria do Sul, o STAL exige, assim, que sejam abertos concursos para colmatar todas as falhas de pessoal, que haja uma programação atempada da resposta às necessidades, que o serviço seja garantido na totalidade pelo serviço público eliminando as situações de precariedade dos vínculos e, por fim, o cumprimento imediato do caderno de encargos.