Em vésperas do Dia Mundial do Braille, que se assinala terça-feira, a Associação de Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO) defende que os professores devem aprender Braile: “A educação de uma criança cega privada do Braille está comprometida. Seria o mesmo que tentar educar uma criança normovisual sem lhe ensinar a ler ou a escrever, substituindo a leitura e a escrita pela passagem de informações orais”, afirma Carlos Lopes, presidente da ACAPO.
Desta forma, defende que “as entidades de ensino superior responsáveis pela formação de docentes incorporem uma componente académica sobre o Braille” e que hajam mais livros disponíveis transcritos, pois os que existem no mercado são “manifestamente reduzidos”.
”Deve ser prestada especial atenção a todos os sectores que concorram para o total acesso à informação e, assim, garantir às pessoas cegas a igualdade de oportunidades”, refere Carlos Lopes em declarações à Lusa.
Outrossim urgente é elaborar uma base de dados sobre os portugueses que sabem Braille e sobre as obras existentes, de modo a que todos possam ter acesso a essa informação. “A ACAPO considera de enorme relevância a realização de um estudo de caracterização da utilização do Braille por parte das pessoas cegas, que nos permitisse conhecer quem, como e quando utiliza o Braille, mas também qual a relação já posta em evidência por estudos internacionais, entre o ensino e a utilização do Braille e o sucesso escolar e profissional”, remata o dirigente associativo.
3 de Janeiro de 2011