"O parto é dos momentos mais importantes da nossa vida, é ali que começa uma família", justifica a autora da petição, Mónica Barbosa, de 36 anos, que está determinada a pôr fim ao que considera injustiça.

Assinada por mais de duas mil pessoas em uma semana, a petição deu entrada na Assembleia da República e vai ser distribuída esta semana na comissão parlamentar de Saúde.

Mónica vai ser mãe pela terceira vez dentro de dois meses, relata o jornal Público, e não se conforma com o facto de não poder ter o marido ao seu lado durante o parto. Será a terceira vez que isso acontece, já que os outros três filhos também nasceram por cesariana no Hospital de S. Francisco Xavier, em Lisboa. Em Portugal, cerca de um terço dos partos são feitos por cesariana.

Com a ajuda de uma enfermeira, redigiu a petição que enviou para o Parlamento e para o ministro da Saúde. Contesta o facto de "apenas três hospitais públicos permitirem a presença de acompanhante, quando os hospitais privados aceitam a presença dos pais", escreve o referido jornal.

A legislação nacional permite o acompanhamento no parto por cesariana, mas ao mesmo tempo facilita a proibição. A lei 15/2014, de 21 de março, estipula que o direito de acompanhamento "pode ser exercido independentemente do período do dia ou da noite em que o trabalho de parto ocorrer". O problema é que as disposições legais abrem simultaneamente a porta à proibição nos casos "onde as instalações não sejam consentâneas com a presença do acompanhante".

A maioria dos responsáveis dos hospitais públicos costuma alegar que as cesarianas, sendo cirurgias realizadas em blocos operatórios, representam risco acrescido de infeção.