O documento defende também que os orçamentos nacionais devem conter provisões visíveis e transparentes para despesas destinadas a combater a pobreza infantil. Mais de uma em cada quatro crianças vive em risco de pobreza ou exclusão social na UE.

O relatório de Inês Zuber (CEUE/EVN), aprovado por 569 votos a favor, 77 contra e 49 abstenções, faz uma série de recomendações aos Estados-Membros e à Comissão Europeia para combater "as alarmantes taxas de pobreza infantil na Europa".

"Em 2013, 26,5 milhões de crianças na União Europeia corriam o risco de cair na pobreza e exclusão social. São números dramáticos. As políticas que fizeram empobrecer as famílias da União Europeia são as mesmas que atiraram as crianças para a pobreza, negando-lhes muitos dos direitos que constam da Convenção sobre os Direitos da Criança, nomeadamente os direitos à saúde, educação e proteção social", disse Inês Zuber no debate em plenário.

Os eurodeputados pedem aos países da UE que se "empenhem concretamente" no desenvolvimento de políticas para combater a pobreza infantil, centradas em corrigir os principais fatores que afetam este fenómeno, propondo o aumento dos montantes e da abrangência do apoio social especificamente dirigido à infância, mas também aos pais que estão desempregados ou em empregos mal remunerados.

Os Estados-Membros devem promover legislações laborais que garantam direitos sociais, "incluindo um salário mínimo obrigatório adequado que respeite as práticas nacionais e os acordos coletivos e que proporcione uma maior segurança às famílias e combata os vínculos precários, promovendo o trabalho com direitos sociais adequados".

O Parlamento Europeu recomenda também que "os orçamentos nacionais contenham provisões visíveis, transparentes, participativas e responsabilizáveis relativas a dotações e despesas destinadas a combater a pobreza infantil" e pede aos Estados-Membros que cumpram o dever de proteção das crianças, "que passa também pelo aumento da despesa pública para obtenção destes objetivos".