FOTO DE ARQUIVO TIAGO PETINGA/LUSA

Eva Costa, presidente da Associação de Pais de Casal da Charneca (uma das duas escolas da freguesia que vai encerrar este ano letivo), diz não compreender a opção pela instalação de “contentores” quando as instalações que vão encerrar se encontram em boas condições e poderiam receber as crianças enquanto decorrem as obras de ampliação no estabelecimento situado na sede da freguesia.

Por outro lado, lamentou que as obras não tenham arrancado no início das férias escolares, como estava previsto, e questionou o projeto de ampliação da escola de primeiro ciclo de Almoster, nomeadamente o facto de, alegadamente, “não respeitar as medidas previstas na Carta Educativa” e prever o funcionamento do refeitório na sala polivalente.

A vereadora da Câmara Municipal de Santarém com o pelouro da Educação, Inês Barroso, avança que o projeto de ampliação da escola de Almoster – que passará a ter duas salas de aula para o primeiro ciclo, uma sala de jardim-de-infância e uma sala polivalente – foi aprovado pela Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares, depois de três revisões do projeto de arquitetura, que, tal como os projetos de especialidade, “cumpre a legislação” em vigor.

Inês Barroso adiantou que a opção pela instalação de módulos pré-fabricados no Largo da Cerca, em Almoster, e a não utilização das duas salas das escolas de Casal da Charneca e de Vila Nova do Coito (que são encerradas) se justifica pela necessidade de formar já as turmas que irão passar para o edifício assim que se concluírem as obras.

Evitar turmas mistas

"Esta opção permite que, ao invés de juntar os quatro anos de escolaridade numa única sala (como acontecia até aqui nas três escolas da freguesia), sejam formadas duas turmas, uma de primeiro e segundo ano e outra de terceiro e quarto ano, que transitarão para a escola de Almoster", afirmou.

Por outro lado, referiu o facto de o almoço continuar, como acontecia no passado, a ser servido a todas as crianças na Junta de Freguesia e de as atividades extracurriculares decorrerem na sede da Associação Cultural, ambas situadas no Largo da Cerca, não sendo necessário fazer o transporte dos alunos.

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Inês Barroso afirmou que o processo de ampliação das escolas do primeiro ciclo (o município orçamentou perto de 800.00 euros para obras de ampliação e requalificação) se iniciou em fevereiro de 2015, devendo-se a demora a “toda a tramitação legal” (que obrigou, por exemplo, a alterações como a instalação de sistema AVAC ao invés de ar condicionado).

A Câmara vai agora lançar o concurso público, não conseguindo avançar uma data para o início da obra, por desconhecer se existirão reclamações, disse.

A vereadora, que estará ao final da tarde de hoje, juntamente com a diretora do Agrupamento de Escolas Alexandre Herculano e o presidente da Junta de Freguesia de Almoster, numa sessão para “esclarecer todas as dúvidas dos pais”, assegurou que os módulos pré-fabricados “oferecem todas as condições para o bom funcionamento das salas de aula”, sendo, nomeadamente, dotados de ar condicionado.

“Estou mais preocupada com a falta de pessoal auxiliar. Essa vai ser uma questão determinante”, disse, reafirmando o apelo ao Governo para que permita a contratação num município que se tem visto obrigado a encontrar 90 funcionários para suprir a falha deixada pelo rácio do Ministério da Educação.