Nelson Ramos diz que foi vítima de uma trama da ex-companheira, que não queria que ele se aproximasse das crianças.

Segundo a RTP, o pai das duas meninas está "destroçado" e a receber tratamento psiquiátrico.

"Tudo isto foi um inferno, desde a separação, em que se criou esta trama para eu não ter acesso às minhas filhas", diz Nelson Ramos em entrevista exclusiva à RTP. "Não lhe posso perdoar nunca", assevera o pai das crianças.

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Uma criança de 19 meses morreu e outra de quatro anos está desaparecida desde a noite de segunda-feira. O alerta foi dado por uma testemunha que viu uma mulher sair da água, em pânico e em avançado estado de hipotermia, a afirmar que as suas duas filhas estavam dentro de água. A criança de 19 meses foi resgatada e alvo de tentativa de reanimação, sem sucesso.

A mãe foi internada no Hospital de Santa Maria e na quarta-feira foi detida pela Polícia Judiciária e presente a primeiro interrogatório judicial, no Tribunal de Cascais, que decretou a sua prisão preventiva por suspeita de duplo homicídio qualificado.

Em declarações à agência Lusa, fonte da Comissão Nacional de Proteção de Crianças e Jovens em Risco da Amadora adiantou, na terça-feira, que a família estava sinalizada e que a mulher já tinha apresentado queixa em novembro na polícia por violência doméstica e suspeita de abusos sobre as meninas por parte do pai.

Pai pediu ajuda à APAV

Nélson Ramos, o pai das meninas que morreram no mar de Caxias, foi o primeiro a pedir assistência à Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV). Primeiro por telefone e depois presencialmente, para reclamar contra o comportamento da mãe das meninas, escreve o Diário de Notícias.

As buscas para encontrar a criança desaparecida desde segunda-feira no estuário do Tejo, junto à praia de Caxias, em Oeiras, foram retomadas esta manhã, diz o comandante da Capitania do Porto de Lisboa.