A polaca Agnieszka e o tailandês Suradet são alguns dos estudantes no Porto que este Natal não vão poder voltar a casa, por causa do preço dos bilhetes e por serem estas umas férias "pequenas".
Foi para preencher esse vazio que a secção do Porto da Erasmus Student Network (ESN), associação que apoia os estudantes inscritos neste programa de mobilidade internacional, decidiu seguir o exemplo de outros países e atribuir uma família portuguesa a cada estudante de Erasmus.
No Porto, os responsáveis repararam que existem "cada vez mais" estudantes estrangeiros que não têm a possibilidade de ir a casa nesta época, por causa das viagens "muito longas e mais caras", esclareceu à Lusa, Mariana Sousa, responsável pela iniciativa.
Até ao dia de hoje estão já inscritos neste programa, que este ano já vai na quarta edição, cerca de 30 alunos estrangeiros para "mais ou menos" 20 famílias, esperando a organização encontrar casas suficientes para todos os estudantes.
Segundo Mariana Sousa, os alunos inscrevem-se por sentirem a necessidade de estarem acompanhados nesta época, existindo ainda aqueles que, mesmo não tendo o hábito de festejar o Natal, procuram conhecer melhor a tradição em Portugal.
É o caso do Suradet, da Tailândia, que não celebra habitualmente o Natal, mas considera ser esta uma "grande oportunidade" para poder fazê-lo cá e até já conhece algumas das comidas típicas que vai poder provar como as "batatas cozidas com bacalhau" e o "bolo-rei" que, sabe, vão fazer parte da ementa.
Já para a Agnieszka, que todos os anos celebra o Natal "com a família mais próxima", este é um "projeto muito bom" para uma altura do ano no qual se destacam valores como "amor, família e partilha".
Tiago Miranda, voluntário nesta associação há já cinco anos, participa no projeto pela terceira vez e este ano vai receber um aluno húngaro.
"Acho que é uma excelente iniciativa porque há imensa gente que não pode ir a casa e, felizmente, a minha família aceita bastante bem. É uma forma de terem uma proximidade familiar ainda que não seja a deles. O Natal para mim, neste momento, é acima de tudo um momento de confraternização, de família e de união", salientou.
Eugénia Costa, voluntária na ESN e residente no Porto que vai receber este ano uma estudante ucraniana, acredita que "a troca de culturas" é "muito importante", especialmente porque o aluno acolhido geralmente "faz questão de trazer algo da cultura dele" e colocar na mesa de Natal.
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