Segundo o relatório, que cita Inquéritos Demográficos e de Saúde (IDS), em 1997, morriam duas em cada dez crianças com idade inferior a cinco anos, mas essa proporção reduziu até metade, em 2011.

"Tal avanço é encorajador, mas vale ressaltar que ainda é um número muito elevado de crianças que morrem antes do quinto ano, o que coloca Moçambique ainda no 172.º lugar no mundo entre 194 países em relação a este indicador de sobrevivência infantil", lê-se no relatório.

O documento realça ainda que a cobertura do tratamento antirretroviral em crianças seropositivas é ainda extremamente baixa, sendo de apenas 36% contra 62,5% em adultos.

De acordo com a UNICEF, o ensino primário moçambicano é deficiente e caracteriza-se por baixas taxas de aprovação nos exames, apesar do imenso progresso alcançado nas taxas de escolarização e de conclusão escolar.

"As acentuadas disparidades geográficas nos níveis de pobreza, de desenvolvimento humano e de bem-estar infantil, com as zonas rurais e as regiões norte e centro do país em maior desvantagem, ainda são entraves ao desenvolvimento do país como um todo e, em especial para o desenvolvimento do potencial de todas as crianças", refere o relatório.

Por exemplo, assinala o documento, as grávidas nas zonas urbanas têm duas vezes mais probabilidades de dar à luz em unidades sanitárias do que nas zonas rurais.

Nesse contexto, a UNICEF defende uma planificação e afetação de recursos que tome em conta as assimetrias regionais na promoção do bem-estar da criança em Moçambique, através de intervenções específicas.