"Não podemos ter 34% dos alunos que, aos 15 anos, já experimentaram uma retenção, que no ensino secundário atinge 10% dos alunos", afirmou João Costa, na sessão de abertura de um colóquio sobre o currículo e práticas escolares em Portugal e na Finlândia.
Para o secretário de Estado da Educação, "antes só o professor era detentor do conhecimento e agora o conhecimento anda no bolso de todos e está à distância de um clique", referindo-se aos telemóveis inteligentes ("smartphones") com acesso à Internet.
Por isso, defendeu, "a escola tem de mudar" e é preciso "repensar como se aprende melhor para ter menos insucesso escolar", promovendo cada vez mais "competências digitais" no uso e pesquisa de informação através de computadores, tablets ou smartphones.
Ensino finlandês como exemplo
Dando o exemplo da Finlândia, que lidera os estudos da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico), o diretor-geral da Educação do Pré-escolar e dos Cuidados para a Infância daquele país, Jorma Kauppinen, explicou que foram repensadas as práticas de ensino e o papel das próprias escolas redirecionando o foco não para o que se aprende, mas para os métodos como se aprende.
As escolas baseiam-se no currículo escolar nacional para criar o chamado "currículo de escola", centrado na aquisição de competências pelos alunos, tendo sido introduzidas nas salas de aula ferramentas tecnológicas para o acesso digital a conteúdos.
"Não é verdade que abandonámos as disciplinas", advertiu, esclarecendo que aquelas continuam a ter um "número de horas atribuído pelas leis nacionais", mas foram introduzidos "módulos de aprendizagem multidisciplinar", em que os conteúdos são "negociados" em função dos interesses dos alunos e envolvem os pais no processo de aprendizagem dos alunos.
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