"A cada dois segundos, um recém-nascido vem ao mundo no meio de um conflito, muitas vezes em circunstâncias aterrorizantes e sem acesso a cuidados médicos", é o alerta deixado por Anthony Lake, da UNICEF, que acrescenta que "muitas crianças estão agora a começar as suas vidas em circunstâncias extremas, desde conflitos a desastres naturais, pobreza, doenças ou má nutrição. Poderá haver outro pior começo de vida?".

Para chamar a atenção da comunidade internacional a UNICEF lançou o vídeo, "Born into Danger" (Nascer em Perigo), onde vemos a jornada de um casal, que atravessa diversos perigos, enquanto a mulher se encontra em trabalho de parto.

No ano em que se prevê o estabelecimento de um novo recorde de deslocados e refugiados no mundo, segundo um relatório do ACNUR, a UNICEF alerta que mais de 200 mil crianças pediram asilo na União Europeia nos primeiros nove meses de 2015. No ano anterior, mais de 30 milhões de crianças foram forçadas a abandonar as suas casas devido a guerras, violência ou perseguições.

Acredita-se que grande parte das mulheres grávidas deem à luz sem a assistência médica necessária e sem as condições de higiene esperadas. Muitas destas crianças vão acabar por sucumbir antes de atingirem os cinco anos de idade ou vão ter experiências de vida tóxicas, que irão afetar o seu crescimento e desenvolvimento em termos emocionais.

Os números da UNICEF revelam a dura realidade: uma em cada nove crianças vive em países ou áreas em conflito, o que coloca em causa a sua saúde, educação e bem-estar, e as crianças representam metade da população mundial que vive em condições de extrema pobreza.