“Seria muito útil para as escolas ter uma bolsa para assistentes operacionais. Um pouco por todo o país, há escolas com funcionários que estão de baixa e os diretores não conseguem contratar outras pessoas para os substituir”, contou à Lusa Filinto Lima, presidente da Associação de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP).
Para Filinto Lima, uma bolsa de substituição de pessoal não docente, à semelhança do que acontece com a bolsa de professores, iria permitir às escolas contratar com maior celeridade as pessoas em falta.
“Neste momento, tendo em conta as dificuldades que é contratar na função pública, as escolas têm de optar pelo plano B, que consta em retirar pessoas de um serviço para pôr num outro mais urgente. Por exemplo, retiram da biblioteca para a portaria ou para a cozinha, onde não podem faltar gente. Mas, evidentemente, estas soluções têm impacto no funcionamento das escolas”, lamentou o responsável, lembrando que “nenhuma escola tem funcionários a mais”.
Segundo o presidente da ANDAEP, “há escolas onde os funcionários estão a faltar há mais de um ano, porque estão doentes, e os diretores não os conseguem substituir”.
Filinto Lima diz que a proposta de criação de uma bolsa foi apresentada ao anterior ministério da educação liderado por Nuno Crato e que em breve irão voltar a levantar a questão.
Este ano, o Ministério da Educação e Ciência (MEC) autorizou as escolas a contratar mais 2.822 funcionários para os quadros, uma medida saudada por Filinto Lima que critica apenas o “complicado processo de seleção”.
“A legislação é muito complicada na função pública. O governo deveria descomplicar a contratação, parecia que estávamos a contratar assessores do ministério, que recebem três mil euros mensais, quando na realidade estas pessoas vão receber apenas 505 euros por mês”, lembrou, contando que o processo começou no final de junho e terminou apenas em setembro.
“Em algumas escolas terminou apenas no final de setembro e em outras no início de outubro”, acrescentou.
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