Intitulado “Campus Maior”, o projeto começou a dar os primeiros passos há um ano, vai ser desenvolvido no novo Centro Escolar Comendador Rui Nabeiro e pretende ainda combater o abandono escolar no concelho de Campo Maior, no distrito de Portalegre.

“Este é um projeto com uma forte componente tecnológica e claramente inovadora. Eu diria que é a única escola onde vai ser permitido ensinar o pensamento computacional a crianças de tenra idade”, disse hoje o presidente do município, Ricardo Pinheiro, em declarações à agência Lusa.

O projeto prevê a formação específica nas áreas da inovação científica e robótica e a aquisição de equipamentos informáticos, audiovisuais e mobiliário, tendo como base um dos laboratórios do Centro Escolar Comendador Rui Nabeiro, espaço que acolhe alunos do pré-escolar e do 1.º e 2.º ciclos do ensino básico.

Para o “Campus Maior” está previsto um investimento de 85 mil euros, sobretudo para a aquisição de material didático e formação dos docentes do centro escolar.

“Atualmente, já há dois professores que tiveram formação em duas linguagens de programação. O projeto já está incorporado no conteúdo pedagógico do centro escolar e a compra dos equipamentos vai ser feita com base numa candidatura a fundos comunitários”, disse o autarca.

O projeto, que deverá estar a funcionar em pleno no início de 2016, pretende ainda desenvolver capacidades para além da programação, como a matemática e o conhecimento lógico e, "acima de tudo", desenvolver competências que permitam a sua aplicação no mercado de trabalho.

O município de Campo Maior considera que o setor industrial é “muito importante” para o desenvolvimento económico da zona, nomeadamente através de duas empresas instaladas, a Hutchinson - Borrachas de Portugal e o Grupo Nabeiro, que necessitam “cada vez mais” de uma maior qualificação dos seus recursos humanos.

De acordo com o município, o recrutamento qualificado para essas empresas tem sido feito fora da região e, em alguns casos, fora do país.

Através do projeto “Campus Maior”, a câmara quer contribuir para que essa tendência possa sofrer um “decréscimo acentuado” ao longo das próximas décadas.