Em declarações à Lusa, a presidente do conselho de direção do agrupamento de escolas Carlos Amarante, Hortense Santos, explicou que a escola está aberta mas "sem atividade letiva" normal, com exceção para algumas turmas que estão a realizar teste de avaliação.

Na Secundária D. Maria II, o cenário era idêntico durante a manhã de hoje, estando a escola aberta, mas sem aulas. À entrada, encontravam-se inúmeros alunos à porta a decidir como iam passar o tempo e alguns pais preocupados sem terem onde deixar os filhos. "Abrimos a escola, mas não há assistentes operacionais em número suficiente. Por isso, foi suspensa a atividade letiva", explicou à Lusa Hortense Santos.

Segundo a responsável, as “únicas” atividades que se fazem hoje “são testes de avaliação, que já tinham sido combinados com os alunos".

Na escola D. Maria II, "abriram-se as portas, mas não há aulas", explicou fonte do estabelecimento de ensino. Acrescentou que "quase todos os assistentes operacionais aderiram".

À porta de ambas as escolas, os alunos não se mostravam preocupados com o dia sem aulas. "A malta até agradece. Fazemos fim de semana alargado. Como até está sol, vamos jogar futebol e curtir", afirmou Joel Paulo, 14 anos, aluno da escola D. Maria II.

Mas se para os alunos o dia parece ser “de festa”, para alguns pais, não haver aulas é "um verdadeiro transtorno". "Ele até já tem idade para estar em casa sozinho, ou a conversar com os amigos, mas preocupa-me é a hora do almoço. Não tenho quem lhe faça almoço", explicou Antónia Cunha, mãe de um aluno da escola Carlos Amarante.

No Hospital de Braga, a greve não parecia estar a criar problemas. "Parece tudo normal. As pessoas chegam, vão para onde têm que ir e não se tem ouvido queixas", descreveu à Lusa um trabalhador administrativo daquela unidade de saúde.

Do lado dos utentes, a greve está a "passar ao lado". "Já são tantas que acho que já ninguém liga muito. A mim não afetou em nada, fiz o que tinha que fazer", afirmou Glória Batista, que se deslocou ao hospital para análises.

Em causa na greve nacional está a falta de respostas às reivindicações da Frente Comum, como o aumento dos salários na função pública, o descongelamento "imediato" das progressões na carreira e as 35 horas semanais para todos os trabalhadores.

Esta é a terceira greve nacional dos trabalhadores da Administração Pública com o atual Governo e a primeira convocada pela Frente Comum de Sindicatos, segundo a listagem cedida pela estrutura sindical.

A primeira greve com o executivo de António Costa ocorreu em 29 de janeiro de 2016 e foi convocada pela Federação Nacional dos Sindicatos da Administração Pública, assim como a de 26 de maio deste ano, que teve como objetivo reivindicar aumentos salariais, o descongelamento das carreiras, o pagamento de horas extraordinárias e a redução do horário de trabalho para 35 horas em todos os serviços do Estado.