As conclusões resultam de uma análise da Lusa, com base em dados atualizados pelo Ministério da Educação até ao ano letivo 2020/2021, que revelam que, pelo menos desde 2017/2018, o sucesso escolar dos alunos tem vindo a melhorar e são cada vez mais aqueles que conseguem concluir cada ciclo sem chumbar.

A melhoria mais significa registou-se no ensino secundário, em que 77% dos finalistas encerraram o seu percurso escolar obrigatório sem ter chumbado naquele nem nos dois anos anteriores, um feito conseguido por 70% dos colegas em 2017/2018.

Os níveis de sucesso escolar são mais elevados nos cursos de Ciências e Tecnologias, com uma taxa de conclusão no tempo esperado acima da média (80%), seguindo-se os cursos de Ciências Socioeconómicas (75%), Línguas e Humanidades (72%) e Artes Visuais (68%).

Entre as 547 escolas com dados disponíveis, oito conseguiram que todos os seus alunos concluíssem o secundário sem chumbar, das quais sete na região Norte e uma no Centro.

Em contraste, o último lugar da lista é ocupado pelo Colégio D. Filipa, na Amadora, com 41%, sendo também na Área Metropolitana de Lisboa que se registam níveis mais baixos de sucesso escolar.

Por outro lado, e olhando para as taxas de retenção, o 12.º ano aparenta ser o mais difícil dos três, com a maior percentagem de alunos que reprova (11%). Ainda assim, este resultado está significativamente abaixo da média para quatro anos letivos, registada desde 2017/2018, que se situa nos 18%, confirmando a tendência crescente no sucesso.

A transição do 3.º ciclo para o secundário também se mostra desafiante para os estudantes, tendo-se registado uma taxa de retenção de 10% no 10.º ano, que contrasta com os 3% registados entre os alunos do 11.º ano.

Com apenas dois anos, é no 2.º ciclo que os alunos conseguem ter maiores níveis de sucesso e a esmagadora maioria (95%) conseguiu passar pelos 5.º e 6.º anos sem chumbar. Em 2020/2021, apenas 3% das 96.106 crianças no 5.º ano e das 97.244 no 6.º ano reprovaram.

Das 1.019 escolas com dados disponíveis, 266 conseguiram que todos os seus alunos concluíssem o 2.º ciclo sem chumbar (cerca de 26%), e dessas a Academia de Música e Belas-Artes Luísa Todi, em Setúbal, destaca-se por ter sido aquela que mais se distanciou da média nacional dos alunos com um perfil semelhante, por nove pontos percentuais.

Apesar de o 2.º ciclo ter a taxa de conclusão no tempo esperado mais alta, é no 1.º ciclo que se registam níveis mais baixos de retenção, com exceção do 2.º ano, em que 4% dos 85.213 aluno reprovaram.

Ainda assim, 91% das crianças que, no ano passado, chegaram ao 2.º ciclo fizeram-no sem nunca ter chumbado, sendo que em 491 escolas das 2.198 escolas primárias não houve chumbos entre esses alunos.

Houve, no entanto, uma escola em Lisboa – a Escola Básica das Galinheiras – onde só 13% dos alunos fizeram os primeiros quatro anos sem chumbar.

Já no 3.º ciclo, nove em cada 10 alunos concluíram nos três anos, foi no 7.º ano que mais alunos ficam para trás (em 2020/2021 chumbaram 6% dos 101.096), seguido do 8.º ano (4%) e do 9.º (3%).

Nesse ano, apenas 104 das 1.120 registaram uma taxa de conclusão no tempo esperado de 100%.

À semelhança do ensino secundário, a região Norte regista os níveis mais elevados de sucesso escolar, com 94%, 97% e 93% dos alunos da região a completarem o 1.º, 2.º e 3.º ciclos, respetivamente, no tempo esperado.

Por outro lado, a região do Algarve regista as taxas mais baixas: 87% no 1.º ciclo, 93% no 2.º ciclo 2.º ciclo e 85% no 3.º ciclo.