Chama-se Kit de Maternidade - Äitiyspakkaus, em finlandês. A caixa, que contém produtos usados nos primeiros meses de vida - fraldas, produtos de higiene e até brinquedos - serve também como berço.
Com cerca de 80 anos de existência, o produto faz parte de um rol de políticas sociais deste país nórdico. Para assinalar o aniversário e debaixo de críticas, a agência estatal Kela, responsável pela distribuição das caixas, decidiu lançar um desafio aos finlandeses: "Devemos mudar o nome da caixa, conhecida como 'kit de maternidade'?", questiona. "Será que esse nome discrimina os pais?", acrescenta.
Enquanto a agência pede aos finlandeses e residentes na Finlândia sugestões de nomes alternativos, o assunto está a causar polémica nas redes sociais. Na página de Facebook do jornal Ilta-Sanomat, alguns leitores afirmam que mudar o nome seria "um desperdício de tempo e de dinheiro".
Outros, porém, sugerem mudanças como "kit de bebê", "kit de família" e até "kit de consequências pós-sexo".
Caixa diminuiu mortalidade infantil
A caixa teve um papel importante na redução da mortalidade infantil e no bem-estar dos bebés. Inicialmente, a caixa era entregue a mulheres depois de uma visita médica, o que ajudou a aumentar o acesso das mães ao sistema de saúde finlandês nas décadas de 1930 e 40.
A ministra da Família da Finlândia, Annika Saarikko, disse ao Ilta-Sanomat que a ideia de mudar o nome da caixa surgiu recentemente com o aumento das verbas destinadas ao programa. "Uma mudança de nome certamente agradaria muitos pais", afirmou a ministra.
Saarikko diz que a ênfase será posta não necessariamente na igualdade de género, mas na família. "Todos sentem alegria ao receber a caixa, mesmo o pai. Por isso estamos a pensar na mudança", justifica-se. Mas as declarações de Saarikko geraram polémica, num país em que muitas crianças não nascem necessariamente numa família típica. "O que quer dizer com 'kit da família'?", escreve um leitor. "Nem todas as mães sabem sequer o que é uma família antes de o bebé nascer", diz em seguida.
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