O AVC é uma doença mais rara na criança do que no adulto. Pode ocorrer na gravidez, nos primeiros dias após o parto ou mais tarde na infância e adolescência. As causas do AVC são diferentes e por vezes múltiplas, destacando-se as doenças cardíacas, hematológicas, infeciosas e metabólicas. Quando ocorre um AVC, metade das crianças tem um fator de risco previamente conhecido, o que torna fundamental a instituição de medidas para a sua prevenção.

Apresentadora de rádio transmite em direto nascimento do filho
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O tipo de AVC também varia consoante a idade; nos países ocidentais o AVC isquémico no adulto representa 80-85% e na criança surge em 55% dos casos, sendo os restantes AVC hemorrágicos causados sobretudo pela rotura de malformações vasculares ou doenças hematológicas.

A apresentação clínica mais frequente do AVC isquémico é a hemiparesia aguda (falta de força em metade do corpo). Existe habitualmente um atraso significativo no diagnóstico (por vezes mais de 24h), devido ao não reconhecimento das manifestações iniciais pela família e profissionais de saúde, e estas serem atribuídas a outras doenças mais comuns (enxaqueca, epilepsia e infeções).

A raridade do AVC neste grupo etário dificulta a realização de ensaios clínicos e a elaboração de recomendações clínicas baseadas em níveis de evidência sólidos. Por este motivo, a maior parte das recomendações terapêuticas resulta da extrapolação dos resultados de estudos realizados em adultos e de consensos de grupos de peritos.

Quais as sequelas?

Após um AVC, as crianças geralmente recuperam melhor e mais rapidamente. Contudo, as sequelas motoras, cognitivas e comportamentais são valorizáveis (défice residual em 40-60%) e a mortalidade pode atingir 10-25%, pelo que o AVC está entre as 10 primeiras causas de morte na idade pediátrica.

No serviço de Neurologia Pediátrica do Hospital Dona Estefânia – Centro Hospitalar de Lisboa Central, funciona a consulta de doenças neurovasculares que é única no país para este grupo etário. Na consulta são acompanhadas crianças/adolescentes que já sofreram um AVC, de modo a investigar a sua causa, instituir medidas para evitar a sua recorrência e promover a reabilitação. São também avaliadas crianças/adolescentes que apresentam doenças cardíacas, hematológicas ou genéticas com um risco elevado de AVC.

Como exemplo, destaca-se o Programa de Vigilância e Prevenção da Doença Vascular Cerebral na Anemia de Células Falciformes, em estreita articulação com a Unidade de Hematologia do mesmo Hospital e a Unidade de Neurossonologia do Hospital de São José.

As explicações são da médica Rita Lopes da Silva, Neurologista Pediátrica do Hospital de Dona Estefânia e Membro da Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral (SPAVC).

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