Quatro ou cinco colheres de chá: essa é a quantidade aproximada de açúcar que a AHA (American Heart Association) recomenda que as crianças ingiram por dia. O açúcar em excesso é um perigo, e não é só para os dentes. O consumo exagerado de açúcar na infância pode favorecer o ganho de peso excessivo. Também existem fortes evidências de que muito açúcar na dieta aumenta o risco de doenças cardiovasculares, diabetes, gota, fígado gorduroso e alguns tipos de cancro. Outra preocupação é o aumento da hiperatividade com redução na capacidade de concentração e irritabilidade. O alto consumo de doces, rebuçados e refrigerantes pode aumentar a concentração de insulina e adrenalina no sangue, que em excesso provocam ansiedade, excitação e dificuldade de concentração nas crianças.
O açúcar naturalmente presente nos alimentos, como frutas, raízes, cereais e verduras faz parte de uma alimentação saudável. Pois, fornecem energia e ao mesmo tempo nutrem a criança com proteínas, gorduras saudáveis, vitaminas, minerais e compostos bioativos. Para as atividades do dia a dia, correr, jogar bola e estudar, as crianças necessitam de muita energia! A atenção dos pais devem estar nos produtos industrializados, pois a maior parte do açúcar consumido hoje está "escondido" nos alimentos processados. A indústria utiliza diversos tipos de açúcar, especialmente sacarose, xarope de glicose e xarope de milho, que são desnecessários para a saúde e prejudicam o metabolismo dos carboidratos e também das gorduras, elevando rapidamente a glicose no sangue e favorecendo o acúmulo de gordura corporal e sanguínea.
Veja então algumas dicas para reduzir o consumo de açúcar da alimentação de seu filho:
1- Nos primeiros meses de introdução dos alimentos (6 aos 12 meses de vida) não dê alimentos açucarados (banana esmagada com açúcar ou mel ou geleia, por exemplo) ao bebé. Nesse período a criança está a descobrir os sabores e os alimentos devem ser ofertados com o seu sabor original, sem acréscimo de açúcar ou sal.
2- Não dê refrigerantes ao seu filho. São ricos em açúcar, sal, aditivos químicos e cafeína (com exceção de alguns) contribuindo para o aparecimento de dislipidemias, hipertensão e diabetes. Se o seu filho adora refrigerantes, limite o consumo para eventos como festas de aniversário e nos demais dias ofereça sumo natural caseiro ou água.
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3- A ingestão habitual de rebuçados, doces, biscoitos açucarados, geleias, sumos industrializados, refrigerantes e achocolatados, mantém moléculas de açúcares na boca que favorecem a proliferação de bactérias, a formação de cáries e a inflamação das gengivas. Caso o seu filho coma doces, escove imediatamente os dentes para evitar a formação de cáries dentárias.
4- Evite sumos de frutas industrializados, pois são concentrados em açúcar mesmo quando não foram adoçados. Prepare sumos e refrescos em casa ou faça infusões de chá gelado.
5- Ofereça água como principal fonte de hidratação, para que o seu filho crie o hábito de consumir líquidos sem sabor.
6- Ofereça frutas frescas como sobremesa e evite doces que contenham chocolate e cremes. Caso ele não aceite bem a fruta experimente começar por frutas muito doces ou então tente fazer purés nas frutas em que é possível fazê-lo.
7- Lembre-se que o mel é um açúcar semelhante à sacarose e deve ser usado com moderação.
8 - Aprenda a ler os rótulos, pois dessa forma vai conseguir escolher as melhores opções. Na maioria das vezes os iogurtes das crianças estão carregados de açúcar, por isso o melhor é usar um iogurte natural e adicionar fruta. Assim tem o sabor, sem a dose desnecessária de açúcar.
9 - Quando estiver a introduzir as papas veja a quantidade de açúcar do que lhe está a dar: as papas conseguem ser verdadeiras bombas açucaradas. Pode sempre optar por preparar papas caseiras de qualquer farinha: aveia, trigo, milho, espelta, millet, quinoa, arroz, trigo sarraceno.
10 - Seja criativo e prepare pratos coloridos e com desenhos, vai facilitar a ingestão da fruta e legumes necessários.
Se o habituar desde cedo a comer de forma saudável e sem adição de açúcar não terá tantos problemas mais tarde.
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